O assassinato brutal do jogador Daniel , que atuava no São Bento emprestado pelo São Paulo, completa dois anos e segue aberto, com cada um dos acusados em situações diferentes, de acordo com reportagem do Correio Braziliense.
O atleta foi encontrado em uma plantação, em outubro de 2018, parcialmente decapitado e com o pênis decepado. Em um primeiro momento, Cristiana Brittes foi presa, suspeita de participar do assassinato. Dias depois, seu marido Edison Brittes Junior se entregou à polícia em São José dos Pinhais e assumiu a autoria do assassinato.
Seu argumento é de que Daniel tentou estuprar sua esposa. Porém, a polícia concluiu que isso não ocorreu . Segundo ele, a sessão de espancamento do jogador teria começado em sua casa, para onde todos foram após o aniversário de 18 anos de Allana, filha do casal, e que também foi presa.
Mais três pessoas que teriam participado do assassinato (convidados da desta de aniversário de Allana) também foram presos. Além deles e do três membros da família, uma jovem que trocou beijos com Daniel e que estava na casa onde começou o crime brutal também virou ré no crime. Ela cozinhou na casa, após a morte do jogador .
O caso vai a júri popular, porém, ainda não tem data marcada para ocorrer. Diante disso, apenas um dos sete acusados de envolvimento no caso Daniel está preso.
Entenda a situação atual de cada um dos réus:
Edison Brittes é o único que permanece preso. Ele confessou o crime e tentou inocentar os demais. Além disso, tinha relações pessoais com pessoas envolvidas em crimes. A moto usada pelo acusado, por exemplo, estava em nome de um traficante preso e condenado. Além disso, o número de celular utilizado para dar os pêsames à família do jogador era de um homem que havia sido assassinado em 2016.
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Ele tentou prisão domiciliar por diversas vezes, mas a juíza do caso negou o pedido, alegando que o assassino confesso possui, "ao menos em tese, periculosidade acentuada" e que testemunhas tem medo do acusado.
Em março do ano passado, ele foi transferido de prisão, após uma suposta ameaça de fuga . Também no ano passado, foi condenado a pagar pensão alimentícia de R$ 5 mil por mês à filha, de 2 anos, do jogador Daniel . Para garantir o pagamento, a Justiça bloqueou a casa e o carro dele.
Em fevereiro deste ano, Edison virou réu por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e coação no curso do processo.
Cristiana Brittes , que foi a primeira a ser presa, foi solta em troca de medidas cautelares e uso de tornozeleira eletrônica, em setembro do ano passado. A empresária também registrou boletim de ocorrência de crimes contra a honra, dignidade humana e condição de mulher que teria sofrido durante o inquérito.
Cristiana não foi indiciada por homicídio pela Polícia Civil , mas o promotor do Ministério Público do Paraná João Milton Salles a denunciou pelo crime. A juíza, no entanto, não acolheu. O MP recorreu. Ela responderá por coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor. Hoje ela deixou de usar tornozeleira eletrônica e foi autorizada a viajar no último Natal.
Já Allana Brittes , que foi a primeira a ser solta, virou influenciadora, além de ter uma loja de acessórios femininos virtual. A jovem também estuda direito com a tutela do advogado da família. No processo, assim como a mãe, ela vai a júri por coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de adolescente.
O trio Eduardo Henrique da Silva, David Willian da Silva e Ygor King também estava na festa e, posteriormente, seguiu para a casa do Brittes. De acordo com as acusações, eles participaram da agressão e também da decapitação, morte e ocultação do corpo do jogador. Há pouco mais de um ano, a juíza revogou a prisão deles com base na Lei de Abuso de Autoridade. Eduardo tem trabalhado com compra e venda de carros e aguarda o desfecho do processo. A defesa de Ygor e David não se pronunciou.
Já Evellyn Brisola , jovem que beijou Daniel na boate em Curitiba, não foi indiciada pela polícia, mas o MP resolveu denunciá-la por falso testemunho, fraude processual, denunciação caluniosa e corrupção de menor. A Justiça, no entanto, só a tornou réu por fraude processual, por ter ajudado a limpar as marcas de sangue.
Em julho, o processo contra ela foi suspenso em troca de serviço social por dois anos. Mas, a decisão foi revogada um mês depois, após ela ser flagrada com mais de 3kg de maconha dentro de uma bolsa . Ela foi solta em agosto após a defesa alegar que era a única responsável pelo filho de cinco anos e passou a usar tornozeleira eletrônica.