Os segredos de Diego Armando Maradona continuam a vir à tona após sua morte . Na Argentina , diversos meios de comunicação voltaram a falar sobre a sua já conhecida relação próxima com o regime de Nicolás Maduro , presidente da Venezuela . O craque chegou a declarar ser um soldado contra o Imperialismo .
Porém, além da amizade, a imprensa aponta nessa semana que os dois também tinham questões financeiras pendentes. Maduro teria pedido dinheiro para o ex-jogador para vários de seus projetos e, segundo essas fontes, a dívida contraída chega a 50 milhões dólares, algo em torno de R$ 256 milhões, valor que a família de Maradona deve tentar de volta agora.
Segundo informações, Maradona investia na época em negócios em diversos países, e a Venezuela era um deles. Lá, ele trabalhou primeiro com Hugo Chávez e depois com Maduro. O argentino teve um ótimo relacionamento com ambos e, inclusive, defendeu o regime diversas vezes publicamente e fazendo visitas à Venezuela.
Mauricio D’Alessandro, advogado de Matías Morla, amigo e advogado do astro até o dia de sua morte, revelou alguns detalhes dos negócios na Rádio la Red: “Há uma quantia importante em dólares. Claramente, por causa da relação que Maduro tinha com Maradona", confirmou ele.
Os laços com a Venezuela eram múltiplos. Uma das contas a receber e nunca recebida por Diego está vencida há dois anos. É sobre a participação dele no canal Telesur durante a Copa do Mundo de 2018, na Rússia. O valor seria em torno de 4 milhões de dólares, aproximadamente R$ 20 milhões.
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“Existem outros negócios de Maradona que têm a ver com o fornecimento de matérias-primas, commodities para a Venezuela, em operações a ver com permuta com outras commodities como o petróleo. Em outras palavras, Maradona tinha um comerciante baseado na Europa em parceria com outras pessoas que lidavam com negócios de comércio de grãos por petróleo. Isso tem um valor comercial. E também têm negócios que estão ocorrendo neste exato momento”, descreveu o advogado.
Maradona tinha participação, por exemplo, em uma empresa de cereais e em uma fábrica de farinha. “Era uma dinâmica normal para ele acumular grandes valores a receber”, diz o advogado.
Vale lembrar que no dia da morte de Maradona, Nicolás Maduro se despediu com uma carta. “Um amigo, um irmão, desapareceu: um gigante dentro e fora da quadra. O povo venezuelano está de coração convosco, vossos filhos e filhas, e com o nosso irmão povo argentino”, assinou.
“Desde o início da carreira, era claro que Diego faria história no campo, e ele fez. Com a Albiceleste e com todos os clubes em que jogou, escreveu literalmente páginas douradas, páginas indeléveis. Estou entre aqueles que consideram Diego o maior jogador de futebol de todos os tempos: há um antes e um depois de Maradona, um antes e um depois do estalo do prodigioso canhoto, o artista incomparável, a pipa cósmica que continua e continuará a voar alto. Rebelde, irreverente, mas acima de tudo um verdadeiro patriota. Um combatente inflexível pela causa da unidade da Grande Pátria”, diz outro trecho da carta.
Além da Venezuela, Maradona tinha negócios na Argentina, Itália, Emirados Árabes Unidos, Bielo-Rússia, China, Cuba.