O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio , Yoshiro Mori, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (12) por conta de uma série de comentários sexistas feitos em uma reunião na última semana.
"Minha declaração provocou muito caos. Desejo renunciar como presidente a partir de hoje. Vou renunciar ao cargo de presidente do comitê", disse o japonês de 83 anos durante um encontro de conselheiros e diretores executivos das Olimpíadas .
A crise começou no dia 3 de fevereiro quando Mori criticou uma proposta para ampliar a participação das mulheres na gestão executiva do evento esportivo. Segundo ele, as mulheres "têm dificuldades e são problemáticas" porque "falam excessivamente" e que era preciso "limitar" o tempo de fala delas porque, do contrário, isso seria "irritante".
No dia seguinte, o ex-premiê japonês pediu desculpas por suas palavras "pouco oportunas" e disse que gostaria de "retirar tudo que disse". O então presidente do Comitê Organizador ainda afirmou que entende que sua fala vai contra o "espírito dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos".
No entanto, era tarde demais. Mais de cinco mil voluntários entraram em contato com os gestores do evento para criticar a fala e cerca de 500 desistiram de atuar nos Jogos. Além disso, líderes políticas de Tóquio e de outras partes do Japão se negaram a se reunir com Mori em sinal de protesto.
Ainda não há indicação de substituto para chefiar o Comitê, mas a mídia japonesa cita que entre os candidatos estão o ex-presidente da Associação de Futebol do Japão Saburo Kawabuchi e a ministra para as Olimpíadas, Seiko Hashimoto.
As Olimpíadas de Tóquio deveriam ter ocorrido em 2020, mas foram adiadas em um ano por conta da pandemia de Covid-19. Agora, o maior evento esportivo do mundo está agendado para os dias 23 de julho a 8 de agosto, mas ainda há muitas dúvidas se ele vai de fato ocorrer porque a crise sanitária ainda não arrefeceu.