O atacante Neymar , que corre contra o tempo para se recuperar de uma contusão no adutor da coxa - para poder enfrentar o Barcelona, na segunda partida pela Champions League -, asustou o mundo, na semana passda, ao postar uma foto em suas redes sociais onde aparece com uma máscara de oxigênio .
Porém, há explicação médica sobre a utilização. As chamadas câmaras hiperbáricas tornaram-se protagonistas nos últimos tempos no mundo dos esportes. Vários jogadores da equipe do Paris Saint Germain publicaram fotos usando o dispositivo. Antes, haviam sido vistos com ele atletas como Cristiano Ronaldo, Chema Martínez e o tenista Djokovic .
Em entrevista ao Le Parisien, Jean-Bernard Fabre, um médico especialista em fadiga, esse tratamento traz muitos benefícios. “A oxigenoterapia hiperbárica é conhecida há vários anos. Basicamente, era muito usado no mergulho. Quando as pessoas sofrem um acidente de mergulho e têm muito monóxido de carbono no sangue, nós as colocamos nessas câmaras para encontrar um certo equilíbrio. Aos poucos, a técnica foi inserida no campo dos esportes porque a recuperação física ou a cura de lesões está ligada ao fornecimento de oxigênio”, explica o médico.
De acordo com ele, "quanto mais oxigênio, melhores serão as reações e você pode se recuperar melhor". "A questão do suprimento de oxigênio é muito importante quando você teve uma ruptura ou poucos danos musculares e deseja se recuperar ou evitar a fadiga. Isso permite mais rapidez na assimilação de cargas de treinamento", diz.
Trabalhos científicos com 37 jogadores profissionais de rúgbi no Japão mostraram em 2019 que em uma patologia nos ligamentos cruzados do joelho, o retorno à prática foi abreviado em onze dias. "No caso de Neymar, isso abreviaria entre três e cinco dias o seu retorno aos campos", aponta o médico. Vale lembrar que o brasileiro reclamou da pouca cobertura dada pela imprensa em relação a sua dedicação na recuperação.
“Ainda não há um consenso científico, já que é um campo de estudo recente. Mas, acredito que as câmaras hiperbáricas são o futuro nos próximos 5 a 10 anos. Da mesma forma que demorou cerca de dez anos para entender os efeitos desse tratamento”, conclui.