A investigação das circunstâncias da morte de Maradona trouxe à luz, entre outros detalhes, a lista de medicamentos tomados pelo craque argentino.
De acordo com a imprensa argentina, o ex-jogador tomava pelo menos oito remédios. São eles:
- Quetiapina: Tipicamente usado por pacientes com transtorno bipolar e esquizofrenia. Ela é classificada em quatro categorias: antipsicótico atípico, antipsicótico de segunda geração, antagonista da serotonina-dopamina e, por fim, estabilizador de humotratamento da esquizofrenia, episódios maníacos, depressão grave da doença bipolar.
- Naltrexona: Utilizado no tratamento do alcoolismo
- Gabapentina: É comumente utilizada para tratar a dor neuropática (dor decorrente de lesão nos nervos
- Venlafaxina: antidepressivo, inibidor da recaptação da serotonina e norepinefrina.
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- Lurasidona: usada para tratar a depressão em adultos com doença bipolar.
- Omeprazol: para reduzir a quantidade de ácido produzida pelo estômago.
- Complexo B: conjunto das 8 vitaminas B, que têm os benefícios de aumentar a energia celular e efeito analgésico contra dores neuropáticas.
Em participação no programa de televisão argentino Telenoche, o neurologista Nélson Castro, que também é jornalista, falou sobre essa "bomba" de medicamentos tomadas por Maradona. "Era um paciente complicado e tinha que ser tratado quase com movimentos de xadrez, de uma forma muito delicada. Cada indicação e medicamento que davam a um paciente como ele tinha que ser pesado para não produzir efeitos colaterais prejudiciais", apontou.
Sobre os remédios, Castro disse: “Você tem que ver com que dose e quais critérios foram dados, se foram administrados simultaneamente ou se começou com um e continuou com outro. Havia muita mistura de antidepressivos com antipsicóticos. Vários desses medicamentos - cetiapina, lurasidona, venlafaxina - têm efeitos cardíacos e um deles é o aumento da freqüência cardíaca", alertou.
O médico ainda continuou. “Ele tinha um quadro de hipertensão e isso tornava necessário o manejo cardiológico porque quando se vê a medicação que estavam dando era para um paciente com quadro de abstinência grave. Naltrexona foi administrada a ele para desintoxicar, e as demais foram administradas a ele para evitar que ele ficasse confuso, violento e agressivo, coisas que podem acontecer na abstinência", diz.
Por fim, se disse surpreso que Maradona tenha ficado sozinho. "Pacientes em abstinência representam um perigo para si próprios e para os outros, por isso me surpreende que eles o deixaram sozinho por tanto tempo sem observação. Qualquer médico diria 'Preciso de um cardiologista para ver como lidamos com os efeitos colaterais cardiológicos que esses medicamentos vão produzir, porque tenho que dar a eles durante esse tempo'", concluiu.