Em abril de 2017, um ataque ao ônibus do Borussia Dortmund chamou atenção do mundo. Nesta terça-feira, o responsável pelo ato foi julgado na Alemanha e condenado a 14 anos de prisão.
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O russo Sergej Wenergold, de 29 anos, foi enviado à prisão por 28 tentativas de homicídio. É culpado de uma das explosões e de causar ferimentos graves em duas pessoas, o zagueiro Marc Bartra e um policial alemão.
Para executar seu plano, Wenergold se hospedou no mesmo hotel que a delegação do Borussia Dortmund antes de detonar os explosivos e, dias antes, comprou ações do time no valor de 26 mil euros (R$ 114 mil, na cotação atual). Segundo os promotores, essa foi uma tática para que ele ganhasse meio milhão de euros com o atentado.
Ao todo, foram três dispositivos de um quilo cada, com uma mistura de hidrogênio e 65 parafusos de metal do tamanho de um cigarro. Próximo ao local da detonação foi encontrada uma carta que sugeria um motivo terrorista islâmico no local, o que causou um pânico inicial.
Depois de assumir o atentado em janeiro deste ano, Wenergold disse ao tribunal que “gostaria de pedir desculpas a todos”. A defesa do eletricista insistiu na tese de que ele não queria machucar ou matar pessoas e sim instaurar o pânico no local.
A polícia identificou Wenergold como autor do atentado dez dias após o ataque. As autoridades receberam informações de círculos financeiros e uma denúncia sobre lavagem de dinheiro.
De acordo com informações da Sky Sports além da prisão, Wenergold precisará pagar 15 mil euros (R$ 66 mil) ao zagueiro Marc Bartra por provocar os ferimentos. O atleta, hoje no Betis da Espanha, ficou ferido no braço e precisou passar por uma cirurgia para retirar estilhaços de vidro.
O julgamento do caso do ataque ao ônibus demorou 11 meses e teve o testemunho de jogadores da equipe e do ex-técnico do Borussia Dortmund, o alemão Thomas Tuchel, atualmente no PSG.
No último fim de semana, o ônibus do Boca Juniors foi apedrejado por torcedores do River Plate quando chegava no estádio Monumental de Nunez e muitos jogadores ficaram feridos. O caso relembrou o ocorrido na Alemanha.
O Borussia Dortmund pediu adiamento da partida contra o Mônaco para a Uefa, mas não foi atendido. A equipe jogou no dia seguinte ao atentado e com os jogadores visivelmente abalados perdeu por 2 a 1.
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A prisão de Wenergold abre discussões para que a Conmebol identifique e puna igualmente quem atacou o ônibus do Boca Juniors.