Etíope Belahy Bezabh venceu a prova masculina em 2018. Sandrafelis Tuei, do Quênia, ultrapassou a compatriota Pauline Kamulu na reta final e venceu
Nesta segunda-feira, na cidade de São Paulo, aconteceu a 94ª edição da tradicional Corrida Internacional de São Silvestre, que contou com aproximadamento 30 mil corredores. A prova de 15 quilômetros, sempre realizada no dia 31 de dezembro, fecha oficialmente o ano esportivo no Brasil.
Leia também: Americano de 70 anos bate recorde mundial na maratona de Jacksonville
A categoria "Cadeirante" da São Silvestre de 2018 teve largada às 08h20 (horário de Brasília), enquanto o pelotão de elite feminino saiu às 08h40. Logo em seguida, às 09h05, foi a vez da largada do pelotão de elite masculino e atletas da categoria geral.
E todos os 10 integrantes do pódio, tanto no masculino quanto no feminino, foram atletas africanos: os cinco primeiros homens e as cinco primeiras mulheres.
O etíope Belahy Bezabh
superou o compatriota Dawit Admasu na reta final e chegou na frente, conquistando o seu primeiro título - ele havia ficado na segunda colocação no ano passado. Campeão de 2017, Admasu buscava o tricampeonato e teve que se contentar com o segundo lugar no pódio.
O melhor brasileiro foi Giovani dos Santos, oitavo colocado. A última vez que um atleta do Brasil venceu a competição foi Marilson dos Santos, em 2010.
"Como sempre foi a mesma coisa. Determinação, garra e disciplina. Muita gente apoiando, mas o importante é acreditar e creio que o Brasil ficou na torcida. Quando eu subi a Avenida Paulista, era como se eu estivesse em primeiro lugar, por causa da torcida. Como diz o professor Muricy Ramalho, aqui é trabalho", disse Giovani em entrevista à TV Gazeta.
Classificação masculina
- Belahy Bezabh (Etiópia) - 45min03s
- Dawit Admasu (Etiópia) - 45min06s
- Amdework Walelegn (Etiópia) - 45min13s
- Emmanuel Gisamoda (Tanzânia) - 45min23s
- Maxwell Rotich (Uganda) - 45min45s
Leia também: Após doping, Brasil fica com bronze no atletismo dos Jogos Olímpicos 2008
A grande vencedora na prova feminina foi a jovem queniana Sandrafelis Tuei
, de 20 anos de idade, que ultrapassou a compatriora Pauline Kamulu nos metros finais da corrida, já no fim da subida da Brigadeiro - vale ressaltar que Kamulu liderou o percurso de ponta a ponta e perdeu gás no fim, ficando em segundo.
O pódio foi todo africano, dominado por Quênia e Etiópia. Jenifer Nascimento Silva terminou como a melhor brasileira, na oitava posição. A última brasileira que venceu a São Silvestre foi Lucélia Peres, em 2006.
"Fico muito feliz. Vinha de uma temporada muito produtiva e com esforço consegui um resultado muito bom, melhor do que a última vez que participei. Aos poucos, a gente vai evoluindo, crescendo para sempre chegar lá na frente", disse Jenifer à TV Gazeta.
Classificação feminina
- Sandrafelis Tuei (Quênia) - 50min02s
- Pauline Kamulu (Quênia) - 50min19s
- Mestawut Truneh (Etiópia) - 52min45s
- Esther Kakuri (Quênia) - 52min47s
- Birthukan Alemu (Etiópia) - 53min06s
Na prova de cadeirantes, o vencedor na categoria masculina foi Heitor Mariano dos Santos, cravando o tetracampeonato. Entre as mulheres, a grande campeã foi Vanessa Cristina de Souza, conquistando o bicampeonato.
Percurso detalhado da São Silvestre
A largada da corrida aconteceu na Avenida Paulista, na altura do número 2000, na esquina com a Rua Augusta, com a chegada acontecendo na mesma avenida, no número 900. Confira quais foram as vias dos 15 quilômetros da prova:
- Av. Dr. Arnaldo
- Rua Maj. Natanael
- Rua Des. Paulo Passalaqua
- Av. Pacaembu
- Viaduto Gal. Olímpio Silveira: passagem
- Av. Dr. Abrahão Ribeiro
- Av. Norma Giannotti
- Av. Rudge
- Viaduto Orlando Murgel
- Av. Rio Branco
- Av. Ipiranga
- Av. São João
- Alameda Barão de Limeira
- Av. Duque de Caxias
- Rua Rego Freitas
- Rua Gal. Jardim
- Rua Bento Freitas
- Largo do Arouche
- Av. Vieira de Carvalho
- Praça da República
- Av. Ipiranga
- Av. São João
- Rua Conselheiro Crispiniano
- Praça Ramos de Azevedo
- Rua Xavier de Toledo
- Viaduto Nove de JulhoViaduto Jacareí
- Rua Santo Amaro: troca de mão
- Rua Maria Paula
- Av. Brig. Luis Antônio
- Av. Paulista
A 94ª Corrida de São Silvestre teve um esquema especial de acesso à largada e chegada, visando assegurar maior facilidade aos atletas oficialmente inscritos e informar ao público que pretendia acompanhar a corrida.
No período das 5h às 10h da manhã foram permitidos apenas atletas com número de peito, com os seguintes acessos: Alameda Santos, Rua São Carlos do Pinhal, Rua Frei Caneca, Alameda Ministro Rocha Azevedo, Rua Peixoto Gomide, Rua Plínio Figueiredo e Alameda Casa Branca.
A dispersão aconteceu a partir da Rua Joaquim Eugênio de Lima até a Alameda Itapeva. Todas as áreas foram restritas a corredores oficialmente inscritos e usuários locais. Não foi permitida a presença de acompanhantes ou carrinhos e outros itens que não faziam parte do evento.
Leia também: Atleta supera depressão com ajuda de corrida e sonha em disputar Paralimpíada
Antes do evento, o Comitê Organizador pediu que atletas sem inscrição não fossem ao local, pois não havia como dimensionar os serviços e o consumo excessivo poderia gerar a falta de serviços e hidratação para os inscritos. E destacou que essas dinâmicas foram implantadas para melhor atender aos atletas inscritos oficialmente.
A infraestrutura da São Silvestre foi dimensionada para o número oficial de inscritos, cerca de 30 mil, não contemplando serviços a atletas sem inscrição (os famosos "pipocas"). Foram sete postos de água, com volume que atendeu somente aos inscritos. Como consta em regulamento, não houve serviços extras e hidratação excedente para atletas sem inscrição.