Em entrevista para o jornal O Globo, a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg afirmou que se tivesse elogiado o presidente Jair Bolsonaro , não teria sido repudiada pelas autoridades esportivas. Em setembro, a atleta foi denunciada pela procuradoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) após gritar “Fora, Bolsonaro” durante transmissão do SporTV.
“O Felipe Melo dedicou um gol ao presidente e não aconteceu nada. Jogadores da seleção masculina de vôlei fizeram o número 17 com as mãos e também não foram punidos. E eles se manifestaram no auge da campanha eleitoral”, afirma Carol. “Tenho certeza que se tivesse gritado Bolsonaro Mito, nada teria acontecido”.
A atleta foi condenada a pagar uma multa à Confederação Brasileira de Vôlei, mas conseguiu converter a condenação em advertência. Neste momento, os advogados de Carol Solberg tentam reverter a advertência.
Ao Globo, Carol Solberg ainda criticou o presidente do STJD pela maneira que se dirigiu a ela. Segundo a atleta, o executivo se referiu a ela “como se estivesse falando com sua sobrinha”. “Sou mulher de 33 anos, dois filhos. O que ele está pensando? Está falando com quem? Fiquei com muita raiva! Ele foi extremamente machista ”, afirma.
O grito de “Fora, Bolsonaro” não foi antecipado pela atleta. Segundo ela, foi uma atitude por impulso. “Depois que o jogo terminou, eu sentindo toda aquela felicidade….Mas como posso estar feliz e o país estar de cabeça para baixo? Pantanal em chamas, pessoas morrendo de Covid-19, o presidente fazendo homenagem para torturador e atacando a imprensa. Fui invadida por um sentimento de revolta”, afirma ao Globo.