O que um esportista faz na aposentadoria? Continua atuando em sua modalidade? Aproveita a família? No caso de Claudia Maria Pastor, campeão olímpica no basquete, a melhor opção foi entrar para a faculdade.
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Parte da seleção brasileira feminina de basquete que conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, Claudia se aposentou do esporte um ano depois da competição por uma grave lesão no joelho e hoje está no terceiro ano da faculdade de direito.
Ela ingressou no curso do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), em Americana, por conta da doença do filho. Maurílio nasceu com má formação congênita no hipotálamo ( hematoma hipotalâmico ), uma doença que provoca convulsões diárias.
“Não havia tratamento no Brasil, só em Paris”, relembra ela, que leiloou a medalha olímpica e participou de campanhas para ajudar a custear as despesas de duas viagens para a França em 2016.
"Meu filho fez cirurgias no cérebro e está curado. Percebi que muitas pessoas viviam a mesma situação, mas não tinham as mesmas oportunidades do que eu, então pensei como poderia ajudá-las", comenta Claudia.
A saída então foi entrar na faculdade de direito para que pudesse ajudar outras famílias. "Quero me desenvolver na área e batalhar para que o Brasil assegure tratamento para todas as condições de saúde. Quando isso não for possível, como no caso do meu filho, o tratamento no exterior possa ser garantido e custeado pelo Estado. Minha grande missão é ajudar as crianças", afirma.
Contemplada com um Projeto de Bolsa Científica, Cláudia aproveita todas as oportunidades que tem dentro do campus. Além da iniciação, ela participa de um projeto de revitalização da Casa Dom Bosco, um espaço que acolhe crianças e adolescentes afastados do convívio familiar. “As pessoas não devem cursar a faculdade centradas apenas no ‘eu’”, aconselha.
No início deste ano, mais especificamente em fevereiro, Claudia retomou seu contato com o basquete no Jogo das Estrelas da NBB . Ela trabalhou como voluntária no evento que aconteceu em Franca (SP) entre os dias 06 e 09 de fevereiro.
Durante o evento, ela encontrou Paulo Bassul, técnico que a revelou como jogador. “Fiquei feliz. Ele fez um discurso contando minha história, que a maioria das pessoas não conhecia. Para mim, é sempre uma emoção pisar numa quadra e ver outras pessoas praticando o esporte que me projetou para o mundo e me ajudou a estar aqui”, comentou.
Aos 47 anos, Cláudia tem como meta de vida se tornar uma bem-sucedida advogada e externa isso para quem a conhece.
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“Tenho 47 anos e estou cheia de planos. Não é porque estou em uma idade fora do padrão que me curvarei a isso. Comecei no basquete aos 16 anos, época considerada tardia, e isso não me impediu de ser atleta profissional. Sinto que estou vivendo o começo de muitas coisas novas, quero realizar minha missão de ajudar ao próximo e doar um pouco de mim para quem precisa", finaliza.