Todos imaginavam que o Corinthians iria para o Mineirão, na quarta-feira (10), para se manter vivo na semifinal da Copa do Brasil. A equipe comandada por Dorival Jr, entretanto, surpreendeu os mais de 60 mil torcedores que compareceram ao estádio ao superar o Cruzeiro por 1 a 0. Mesmo que mínima, a vantagem é um grande passo para o Timão rumo à grande decisão do torneio.
O modo sobrevivência dos visitantes foi além e encerrou marcas negativas, algumas delas que já duravam mais de 10 anos. Não foi apenas a série de quatro jogos sem vencer na temporada — duas derrotas e dois empates — que foi interrompida com o último resultado positivo. O alvinegro paulista venceu a Raposa no "Gigante da Pampulha", feito que não acontecia desde 2014.
Os pontos centrais da vitória
Eram muitos elementos que davam a entender que seria ótimo para o Corinthians retornar para São Paulo com uma igualdade no placar agregado. Afinal, o retrospecto recente fora de casa não era nada bom: venceu apenas um dos últimos sete jogos. E o inesperado resultado positivo passou, principalmente, por três pontos centrais.
Memphis cresce em jogo grande
Diante de um ano marcado pela inconstância, por conta dos problemas com lesões, Depay não pôde ser muito participativo na campanha da Copa do Brasil — até o momento. Mas o holandês resolveu aparecer quando seus companheiros mais precisaram. Foi dele o gol que deu a vitória sobre o Palmeiras, na ida das oitavas de final. E o camisa 10 voltou a ser decisivo na "hora H", ao ser o único a marcar no duelo contra o Cruzeiro.
"O primeiro tempo foi muito importante (para vitória). O jogo foi difícil. Foi muito complicado ter o controle do jogo porque o Cruzeiro é um time muito bom. Mas conseguimos fazer um gol e se defender bem. Os zagueiros estavam muito concentrados. Agora é relaxar, descansar, se recupera e prepara para volta", disse Depay após a partida.
Dupla de ataque é fatal
O lance da única bola na rede nos primeiros 90 minutos da semifinal foi protagonizada pela grande esperança ofensiva de Dorival: Carrillo recebeu pela direita, cruzou no segundo pau para Yuri Alberto, que apenas escorou de cabeça para Memphis Depay deslocar Cássio. A dupla voltou a funcionar, assim como na última vez que estiveram juntos em campo.
Ela aconteceu justamente na última vez que o Timão havia vencido em 2025, no clássico Majestoso. Na ocasião, os atacantes balançaram as redes três vezes — duas do brasileiro e uma do holandês — no 3 a 1 sobre o São Paulo, na Neo Química Arena, em duelo válido pelo Campeonato Brasileiro.
Atuação defensiva de almanaque
O comandante do alvinegro já havia deixado claro que a grande preoupação para partida era a parte defensiva. Não à toa, deixou Garro no banco para ter um meio de campo mais físico. O gol feito aos 21 minutos da etapa inicial, foi um merecido "presente" para o treinador. No entanto, fizeram com que os donos da casa fossem ainda mais para cima.
Foi aí que entrou o grande desempenho sem a bola dos visitantes. Mesmo com apenas 37% da posse dela, pouco deixou o adversário produzir. No total, foi apenas uma grande chance cedida, e o goleiro Hugo Souza só fez duas defesas durante os 90 minutos. Mérito de todo um sistema de marcação, mas principalmente da linha de trás, que foi praticamente impecável na missão de parar um poderoso ataque dos mineiros.
Foco apenas na volta
Com a mudança do calendário do ano no futebol brasileiro, implementado pela atual gestão da CBF, as semis e final da Copa do Brasil foram realocadas para encerrar após o fim do Campeonato Brasileiro. Portanto, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense e Vasco não tem nenhuma mais preocupação.
O duelo que vai decidir se a grande decisão da competição terá o Celeste ou o Timão acontece no próximo domingo (14), às 18h (de Brasília), na Neo Química Arena. Um empate já basta para os alvinegros e, em caso de igualdade no placar agregado, a classificação será decidida na disputa por pênaltis.