
A última gota de esperança do Palmeiras por uma temporada com títulos se foi, na última quarta-feira (3). Até fez o dever de casa, com a vitória de 3 a 0 sobre o Atlético-MG, na Arena MRV, mas foi o Maracanã que terminou em festa. Isso porque o Flamengo superou o Ceará e confirmou a conquista do Campeonato Brasileiro. A noite de 37ª rodada do torneio consolidou um 2025 de muitas decepcões para os alviverdes.
Esse sentimento pôde ser sentido e ouvido por Abel Ferreira durante coletiva realizada após o jogo. Questionado pelo beijo na medalha de vice da Libertadores, ele afirmou sentir muito orgulho de ser palmeirense pelo fato dos títulos não terem "asteriscos", se referindo à questão da arbitragem.
“Quantas vezes me ouviram dizer que seria contra tudo e contra todos? E que depois do jogo contra o São Paulo muita coisa mudou? A mim só me engana quem eu quero. Tenho orgulho em ser treinador do Palmeiras e volto a dizer: o dia em que vocês sentirem que não represento o Palmeiras à altura, não quero receber nem mais um real”, disse o treinador.
Os 5 asteriscos do Palmeiras na temporada
Independente de qualquer pôlemica, é fato que as altas expectativas em cima do Palmeiras não foram atendidas. Além de ser o único da "Era Abel" que termina com nenhum troféu, o clube vai para o segundo ano consecutivo sem título de expressão — conquistou apenas o Paulista em 2024. Dentre os diversos motivos, cinco em especial tornaram dos últimos 12 meses em frustação.
Clube que mais gastou nas janelas
Com as vendas astronômicas das joias da base, Endrick, Estevão e Vitor Reis, o alviverde adotou uma postura bastante agressiva no mercado de transferências. Não à toa, foi quem mais gastou dentre todos do Brasil, com cerca de R$ 688 milhões investidos. A lista de chegadas tem 12 jogadores. No entanto, a maioria deles ainda não mostrou a que veio: apenas Vitor Roque, Andreas Pereira e Carlos Miguel caíram nas graças da torcida.
Lista de contratações em 2025
- Vitor Roque - R$ 154 milhões
- Paulinho - R$ 115 milhões
- Ramón Sosa - R$ 80 milhões
- Facundo Torres - R$ 74 milhões
- Andreas Pereira - R$ 63,5 milhões
- Emiliano Martínez - R$ 44 milhões
- Jefté - R$ 38,2 milhões
- Carlos Miguel - R$ 35 milhões
- Khellven - R$ 32 milhões
- Micael - R$ 28 milhões
- Lucas Evangelista - R$ 24 milhões
- Bruno Fuchs - sem custos
Vices para o Flamengo
Diante de tamanho investimento, o único adversário que poderia competir em qualidade do plantel é o Flamengo. E como esperado, foram os dois que travaram uma queda de braço nas duas principais competições da temporada — Libertadores e Brasileirão. O rubro-negro levou a melhor nas duas. Inclusive, vingando a taça perdida para o Porco na decisão continental de 2021.
Equipe sentiu a pressão na "hora H"
Quem só vê a linha de chegada não imagina que o segundo colocado esteve muito próximo de ficar no alto do pódio. A equipe de Abel Ferreira chegou a abrir quatro pontos de vantagem na liderança, a sete rodadas do fim do campeonato. E era quem havia feito, de longe, a melhor campanha do torneio sul-americano, até a final (79% de aproveitamento). O desempenho nos últimos jogos, entretanto, despencou. E a queda foi decisiva para o desfecho negativo em ambas as frentes.
Sequência negativa do Palmeiras
- Partidas: 6
- Aproveitamento: 11% (0V - 2E - 4D)
- Gols marcados: 3
- Gols sofridos: 7
Eliminações para o maior rival
Se o maior antídoto do alviverde na segunda metade de 2025 foi o Flamengo, na primeira foi seu maior rival. Apesar de não ter dado tanto trabalho no Brasileiro, o Corinthians saiu vitorioso dos dois mata-matas que envolveram o clássico: o Porco foi eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil e perdeu a final do Estadual, interrompendo o sonho do tetracampeonato consecutivo.
Desempenho abaixo do esperado
Mesmo nos anos de glória, o Palmeiras nunca ficou marcado por um futebol encantador sob comando do português. Para muitos, atingiu seu auge neste sentido, de setembro até o meio de outubro deste ano. Mas quando o desempenho não é compensado pelos resultados, ele fica em xeque. E, escancardo por uma final de Libertadores que praticamente nada apresentou, a deficiência aumentou a pressão externa e interna em cima de Abel.
