Não fazem nem dois anos que Endrick chegou ao futebol europeu. Mesmo assim, já está atrás de um recomeço no velho continente. Sem espaço no Real Madrid, o brasileiro de 19 anos está muito próximo de acertar a ida para o Lyon, por empréstimo. Ele espera que esta mudança colha frutos imediatos, já que a Copa do Mundo de 2026 está cada vez mais próxima.
Uma mudança de percurso era necessária diante do atual contexto. Seu nome chegou a ser ventilado na Premier League — Manchester United e Aston Villa se monstraram interessados. As conversas não avançaram pela transferência não ter uma opção de compra.
Endrick brilhou os olhos com oferta de titularidade
É fato que a troca dos merengue pelo Lyon não uma descida de degrau na ainda curta carreira. No entanto, o clube francês já deixou claro que vai proporcinar algo que ficou bem distante de acontecer com o jovem jogador sob comando de Xabi Alonso: a titularidade.
Endrick teria tomado a decisão após conversas diretamente com o treinador da equipe, Paulo Fonseca. O português ofereceu a ele uma vaga na escalação inicial. E a atual situação do ataque é um grande indício que a proposta não foi da boca para fora.
A posição é uma das grandes carências do elenco do Lyon. O uruguaio Satriano, contratado no fim da janela, ainda está longe de convencer. Já Malik Fofana, que vinha sendo o principal jogador do setor ofensivo, sofreu uma grave lesão no tornozelo, e deve ficar fora de combate por alguns meses.
Paulo Fonseca gosta deste estilo de atacante
Endrick ainda é um garoto e tem o porte físico pouco tradicional para os atuais padrões dos grandes jogadores da posição — como Haaland e Harry Kane. Considerado baixo e até um pouco franzino, o brasileiro é um atacante de mais mobilidade, que aposta na velocidade para se colocar em boas situações para finalizar.
Não que este seja uma regra nas equipe que foram comandadas por Paulo Fonseca, até o momento. Mas o português costuma ter mais sucesso com centroavantes com menos características de pivô, referência de área. Foi o que aconteceu nas parcerias de sucesso com Jonathan David, no Lille, e Facundo Ferreyra, no Shakhtar Donetsk.
Esse é o perfil que ele está à procura para repôr a saída de um jogador que se recuperou nas suas mãos. Alexander Lacazette, que tem um estilo bem semelhante a Endrick, deixou o clube nesta temporada — foi para o futebol saudita. O francês marcou 11 gols nas 17 partidas que atuou com Paulo à beira do campo.
Bastidores turbulentos no clube
Apesar de estar no pelotão de cima do Ligue 1, e na disputa da Liga Europa, a situação do clube está bem distante de estar tranquila. E não está relacionado ao campo e bola, mas sim aos bastidores de fora das quatro linhas.
O Lyon, comandado pela Eagle — assim como o Botafogo —, vem sofrendo com problemas de caixa. Em novembro de 2024, a DNCG, órgão regulador financeiro do futebol francês, chegou a proibi-lo de fazer contratações e alertou sobre o risco de rebaixamento caso não houvesse uma melhora neste quesito.
Ao final da última temporada, a ameaça se tornou-se realidade. A entidade determinou que o clube jogaria a segunda divisão nacional. Foi diante desta decisão que John Textor foi afastado do comando. Outra investidora do grupo, Michele Kang, assumiu a presidência da agremiação, reverteu a decisão junto ao órgão fiscalizador da liga e evitou o rebaixamento do time.