Camarões foi campeão da CAN 2017 e nesta edição tem sofrido com os reflexos da corrupção e falta de dinheiro
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Camarões foi campeão da CAN 2017 e nesta edição tem sofrido com os reflexos da corrupção e falta de dinheiro

Nos últimos anos a palavra ‘corrupção’ começou a ser muito usada no Brasil em suscetíveis escândalos da política nacional, mas infelizmente ela não é um problema somente do Brasil, às vezes atinge até o futebol internacional.

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Provavelmente um dos casos mais emblemáticos de corrupção no futebol seja o das federações africanas. O grande desvio de verbas afeta as seleções há anos e diversos atletas ficam sem receber os salários.

Quem não se lembra da Copa do Mundo de 2014 quando delegação e jogadores da seleção de Gana ameaçaram uma greve durante o Mundial por falta de pagamento? O assunto foi tão sério que o governo ganense precisou enviar cerca de R$ 6,7 milhões para que os atletas não abandonassem a competição.

Cinco anos se passaram desde o episódio e, aparentemente, nada mudou. Neste mês as atenções se dividiram entre protestos na Copa do Mundo de futebol feminino e na Copa Africana de Nações.

As meninas da Nigéria disputaram as oitavas de final contra a Alemanha, perderam por 3 a 0, foram desclassificadas e se recusaram a deixar o hotel em que estavam hospedadas na França por não receberem bônus prometidos desde 2016 (!).

De acordo com o site RT News , houve uma reunião das atletas com a presidente da Liga de Futebol da Nigéria, Aisha Falode, e foi prometido o pagamento para todas elas. Nos últimos três anos as Super Falcons só receberam metade dos R$ 21 milhões prometidos.

John Boye, zagueiro de Gana, com o dinheiro recebido da federação na Copa do Mundo de 2014
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John Boye, zagueiro de Gana, com o dinheiro recebido da federação na Copa do Mundo de 2014

Já na Copa Africana de Nações , que acontece no Egito, a seleção masculina do Zimbábue ameaçou deixar a competição por problemas financeiros. Os atletas contaram sua situação à Associated Press em caráter de anonimato, para não sofrerem retaliações.

O dinheiro reivindicado pelos jogadores seria de subsídios para a CAN 2019, além de subsídios e taxas de um torneio regional disputado no mês de maio. O presidente da Federação do Zimbábue soltou um comunicado negando a greve , mas cinco jogadores deixaram o elenco.

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Quem também reivindica dinheiro durante a CAN é a seleção de Camarões. Os jogadores chegaram ao Egito com um dia de atraso porque cobravam da Federação pagamento das taxas para participação.

Segundo uma carta assinada por todos eles, a maioria dos jogadores pagou do próprio bolso as passagens aéreas para o campo de treinamento. A seleção é a atual campeã do torneio africano e ainda segue em negociações para o pagamento das taxas e bônus .

E não é só na questão financeira que as seleções africanas têm problemas. O Congo perdeu um dia de treinamento na Copa Africana de Nações porque a Federação não enviou os certificados das condições de saúde de cada atleta, o que é obrigatório para a disputa do torneio. Resultado: os jogadores passaram um dia inteiro num hospital egípcio para uma bateria de exames.

Escândalos e má-gestão marcam a Confederação Africana de Futebol

Fifa irá assumir o comando da Confederação Africana de Futebol após caso de corrupção
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Fifa irá assumir o comando da Confederação Africana de Futebol após caso de corrupção

A Confederação Africana de Futebol tem sofrido com más-gestões há algum tempo, porém foi somente após a prisão de Ahmad Ahmad, presidente da CAF, no início do mês de junho, que a Fifa resolveu tomar um posicionamento mais sério.

No último dia 20 a Fifa anunciou que a secretária-geral senegalesa, Fatma Samoura, liderará a Confederação Africana por cerca de seis meses, a partir de agosto, para supervisionar uma auditoria forense do órgão. Definida como “Delegada Geral da Fifa para a África”, Samoura poderá ter sua atuação prorrogada se as federações locais aprovarem.

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Com a medida, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, busca dissolver definitivamente a corrupção na Confederação Africana e em todas as Federações do continente, colocando as seleções novamente em pé de igualdade com as outras equipes do mundo.

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