Juan Jordán, presidente do Blooming, falou sobre o episódio de racismo envolvendo a torcida do clube
Reprodução / Blooming
Juan Jordán, presidente do Blooming, falou sobre o episódio de racismo envolvendo a torcida do clube

O presidente do Blooming, Juan Jordán, concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre o episódio de racismo protagonizado pela torcida do clube contra o brasileiro Serginho, do Jorge Wilstermann, no último final de semana, e tentou minimizar o fato, tratando como algo que faz parte do "folclore do futebol".

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"Que não se perca o folclore do futebol. Vocês, amigos da imprensa, estão todos os dias no futebol com os jogadores. Quem não tem apelido, não tem identidade. E não é só com os jogadores, acontece com todos nós, os "cruceños" (de Santa Cruz de La Sierra) e os "não cruceños" que vivemos aqui: "Mono" (macaco, em espanhol) Galarza, Pulga Aguirre, Flecha Vaca, etc", disse Jordán sobre o caso de racismo .

Serginho deixou o campo após insultos
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Serginho deixou o campo após insultos

Além disso, o presidente do Blooming revelou que pediu a suspensão do jogador brasileiro por um ano, além de punição também ao seu clube, ambos por abandono do campo.

"Queremos esclarecer à família Bluminista que uma denúncia foi feita ao Tribunal de Justiça Desportiva contra o jogador Sergio Enrique Francisco ( Serginho ), com base no artigo 74 do Código de Disciplina da Federação Boliviana de Futebol. Este artigo fala sobre ofensas ao público. Pedimos a suspensão de um ano para o jogador".

"Outra queixa também foi apresentada perante o mesmo tribunal contra o corpo técnico do clube Wilstermann, com base no artigo 57, que fala sobre abandono do campo, também apresentando provas", acrescentou Jordán.

Após o incidente, atleta brasileiro recebeu apoio de Evo Morales, presidente da Bolívia , que repudiou a atitude dos torcedores.

“Nossa solidariedade ao Serginho , jogador #Wilstermann, que deixou o campo ontem, como um protesto, depois de receber insultos racistas de maus torcedores. O futebol é um desporto que une as pessoas, não devemos permitir que seja manchado por estes atos discriminatórios”, escreveu  Morales em seu Twitter.

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Apesar das falas acima, o presidente do Blooming afirmou que o clube repudia qualquer ato discriminatório ou racista, mas não quer que o clube se torne uma espécie de bode expiatório.

"O Blooming está completamente em desacordo e repudia qualquer fato de discriminação e racismo, o que está acontecendo em todos os campos do país", disse.

"Nada pode ofuscar nossa vitória. Não usem o Blooming como bode expiatório para prejudicar o bom momento no qual se encontra. Que este tema não se torne um tema de questão racial ou de discriminação entre ocidente e oriente. Lastimosamente, isso vem, creio, de toda a vida: se vamos a outra cidade, o "camba" (nome dado a quem é da região de Santa Cruz de La Sierra) tem apelido, e vice-versa. Todo mundo sabe", completou.

Miguel Angel Portugal, técnico do Jorge Wilstermann, se manifestou e pediu que a Justiça cumpra seu papel e não deixe o episódio passar em branco.

"Todo meu apoio para Serginho, que se retirou de campo diante dos insultos racistas de uma importante parte dos torcedores do Blooming, e que a lei atue com contundência para que isso não volte a ocorrer", escreveu o treinador.

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Antes de deixar a partida, Serginho já havia relatado as ofensas para o árbitro, e o uruguaio Latorre, do Blooming, chegou a pedir para os torcedores pararem com os gritos, mas isso não aconteceu. Após arrancar e quase fazer um golaço, o atacante voltou a ser vítima de racismo  e deixou o gramado (confira nos vídeos abaixo).



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