A Copa 2022 será no Catar e, de acordo com o jornal britânico "The Sunday Times", o país do Oriente Médio teria pagado uma fortuna à Fifa para comprar votos a favor da sua candidatura e ser escolhido a sede do Mundial.
Leia também: Final da Copa 2022 no Catar está marcada para cidade que ainda nem existe
Segundo a reportagem, o valor gasto para conseguir a Copa 2022 foi de 880 milhões de euros (R$ 3,8 bilhões na cotação atual), dividido em duas parcelas de 200 milhões de euros e uma de 480 milhões de euros.
A oferta do Catar pela Copa do Mundo teria sido feita 21 dias antes do anúncio da Fifa , em novembro de 2010. Naquela ocasião, a entidade também revelou que a Rússia seria sede da Copa 2018.
Os documentos que o jornal teve acesso mostram que a rede de televisão Al-Jazeera, uma das maiores do mundo e que é controlada pelo governo catari, teria assinado contrato para repassar o dinheiro à Fifa pouco antes da divulgação do resulltado.
O documento inclui ainda uma cláusula de bonificação à entidade caso o Catar fosse escolhido, no valor de 100 milhões de euros (aproximadamente R$ 434 milhões).
Leia também: Catar divulgou informações falsas para sabotar rivais e sediar Copa, diz jornal
Na época, Joseph Blatter era presidente da Fifa. Hoje, o suíço está banido das atividades dentro do futebol, cumprindo suspensão de seis anos que dura até 2022, após ter sido condenado pelo Comitê de Ética em um escândalo de corrupção que também envolveu o francês Michel Platini, ex-presidente da Uefa.
Se confirmado pelas autoridades, o escândalo será mais um no histórico de corrupções da Fifa nos últimos anos. Em 2015, o FBI e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos fizeam uma investigação que resultou na prisão de uma vários dirigentes ligados à entidade, o "Fifagate".
Um dos presos é o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Seu sucessor, Marco Polo Del Nero, também foi alvo da operação e acabou sendo banido pela Fifa das atividades relacionadas ao futebol. Já Ricardo Teixeira, antecessor de Marin, renunciou em 2012, também acusado de corrupção.
Leia também: Entenda como a seleção do Catar ficou forte e virou atração da Copa América
A escolha do Catar para sediar a Copa 2022 representa, ainda, um enorme conflito de interesses para a Fifa e uma violação de suas próprias regras, pois o dono da rede de televisão na época era o emir do Catar Sheikh Hamad. Ainda segundo o jornal, um vasto acordo de TV oculto quebrou regras de licitação.