Raheem Sterling durante o jogo contra o Chelsea
Reuters
Raheem Sterling durante o jogo contra o Chelsea

Nem tudo sobre a vitória do Chelsea por 2 a 0 contra o Manchester City, neste sábado (08), é motivo de comemorações. Durante a partida, o atacante Raheem Sterling foi vítima de racismo no Stamford Bridge.

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Câmeras de televisão flagraram o momento em que Sterling saiu do gramado para recuperar a bola e diversos torcedores do Chelsea o insultaram. Em ângulos mais aproximados é possível ver os rostos dos agressores e como o atleta parece incomodado com o que ouve.

Logo depois da partida, a Polícia de Londres deu início a uma investigação sobre os insultos racistas contra Sterling. A mesma atitude foi tomada pela diretoria do Chelsea, que anunciou que tomará providências quanto aos torcedores que aparecem no vídeo.

O caso também ganhou repercussão entre atletas de outras equipes. O ex-jogador do Manchester United, Rio Ferdinand, postou um vídeo no Twitter e questionou “vamos continuar permitindo esse tipo de comportamento racista?”.

Ian Wright, ex-jogador do Arsenal e produtor de um documentário sobre racismo no futebol inglês, também se posicionou. “Os velhos e maus tempos voltaram. O Chelsea tem que ter vergonha desse fã racista. Não há dúvidas sobre o que ele disse”.

Neste domingo, em sua conta do Instagram, Sterling se posicionou sobre o ocorrido. O jogador de 24 anos disse que não é uma pessoa que fala muito, mas que precisa colocar seu ponto de vista.

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Para Sterling, a mídia inglesa está ajudando a “alimentar o racismo” pela forma como trata jovens jogadores negros em suas publicações. O camisa 07 postou duas manchetes do Daily Mail para exemplificar.

As duas matérias falam sobre jogadores terem comprado casas. Na manchete de Tosin Adaranbioyo, atleta negro de 21 anos, está escrito que ele gastou 2,25 milhões de libras em uma propriedade “apesar de nunca ter iniciado um jogo da Premier League”.

Em contrapartida, o título para a matéria de Phil Foden, atleta branco do Manchester City , revela que ele comprou uma casa de dois milhões de libras para a mãe e que “tem criado um futuro”.

Em seu texto, Sterling faz questão de mostrar que essa distinção é prejudicial. “Veja como os jornais transmitem sua mensagem para o jovem jogador negro e depois para o jovem jogador branco. Eu acho que isso é inaceitável, ambos inocentes, não fizeram nada de errado, mas pelo modo como foi redigido, esse jovem negro é visto sob uma luz ruim, o que ajuda a alimentar o racismo e o comportamento agressivo”, pontuou.

Marcada na postagem de Rio Ferdinand, a Premier League não se posicionou. Um porta-voz da Federação Inglesa, no entanto, disse que as alegações de discriminação têm sido levadas a sério e que a entidade trabalhará com os clubes e autoridades para que o assunto seja tratado adequadamente.

Sterling é o segundo a sofrer com o racismo em uma semana. No domingo, em partida entre Arsenal e Tottenham,  uma banana foi lançada em direção a Aubameyang depois que o jogador abriu o placar.

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