A Geórgia é um país da Europa Oriental. Mesmo longe compartilha um dado aterrorizante com o Brasil: os graves casos de homofobia. Segundo a Reuters, a Geórgia registrou 30 ataques violentos a pessoas LGBTs em 2016, no mesmo período, o Brasil registrou 340 mortes ocupando o primeiro lugar em homicídios da comunidade LGBT nas Américas.
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Como forma de expor a homossexualidade na Geórgia, o capitão da equipe nacional e do Vitesse -HOL, Guram Kashi, utilizou uma faixa de capitão pintada com as cores do arco-íris durante uma partida do Campeonato Holandês em outubro passado. Recebeu ameaças por sua atitude e, devido sua coragem, irá receber da UEFA o primeiro prêmio #JogoIgual.
Segundo comunicado divulgado na página da UEFA, o zagueiro será recompensado por sua corajosa posição pública em favor da igualdade, inclusão e acessibilidade no futebol europeu. A honraria será entregue em Mônaco, no próximo dia 30, durante cerimônia de gala para a fase de grupos da Champions League .
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No mesmo fim de semana que Guram Kashi virou notícia, outros capitães também usaram a braçadeira com a bandeira da comunidade LGBT em uma ação idealizada em conjunto com o Conselho Central dos Jogadores e a Fundação Blakenstein.
Membros da imprensa georgiana e colegas de profissão de Guram critiram seu gesto e pediram para que ele renunciasse à seleção local. O atleta de 31 anos já defendeu a camisa da Geórgia em 60 oportunidades e esteve na campanha das eliminatórias para o Mundial da Rússia .
Apesar das críticas, Guram se manteve firme “Não me arrependo do que fiz. Era minha responsabilidade. Não importa quem você é ou o que você faz: se você não machuca os outros, pode ser quem quiser. Essa é minha visão, e é assim na Holanda”, disse na ocasião.
O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, disse que ficou orgulhoso do jogador “Felicito Guram pelo seu forte carácter e coragem. Ele assumiu uma posição importante para apoiar a comunidade LGBT e a igualdade em geral e merece ganhar este prêmio. Apesar de suas ações terem provocado ameaças e abuso de muitos grupos, ele pregou tolerância e aceitação, e ajudou a mudar a percepção desse grupo minoritário em seu país natal, a Geórgia".
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Hoje, Guram Kashia disputa a MLS com o San Jose Earthquakes e se disse feliz por receber o prêmio da UEFA "Estou honrado. Acredito na igualdade para todos, e continuarei sempre a defender a inclusão e direitos para todos, onde quer que eu jogue".