Lucy Clark , de 46 anos, se tornou no último domingo (19) a primeira árbitra transgênero do futebol.
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Antes conhecida no mundo do esporte como Nick, a árbitra transgênero admitiu, em entrevista ao “Sunday Mirror”, ter certo receio da reação dos torcedores.
“Espero que as pessoas me aceitem pela pessoa que eu sou. Com os jogadores eu posso lidar, posso apenas dar cartões amarelos ou vermelhos pra eles. Com os fãs é que os problemas podem surgir, estou me preparando para os comentários depreciativos”, disse Clark.
Lucy, que também é motorista de táxi, é casada com Avril, mulher com quem teve três filhos.
A juíza conta que levou 30 anos para enfim tomar a decisão que mudaria sua vida.
Há 18 anos, após uma noite de bebedeira, Lucy, que era Nick, contou para sua esposa que era uma mulher no corpo de um homem, ela o apoiou, dando início ao processo de mudança de gênero.
Hoje em dia, o casal costuma trocar dicas sobre maquiagem e ir ao shopping fazer compras juntas.
Lucy contou também sobre suas dificuldade na adolescência, quando aos 15 anos, tentou se suicidar.
“Eu costumava ir dormir desejando nunca mais acordar. Havia um grande bloco de apartamentos na estrada onde eu morava. Em mais de uma ocasião eu ficava no topo e pensava em acabar com tudo isso. Tomei comprimidos e bebi álcool e acabei tendo meu estômago lavado”.
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A juíza espera que possa ajudar as pessoas falando sobre a questão transgênero.
“Uma porcentagem ridiculamente alta de pessoas transgênero tenta suicídio . Quantos conseguiram, não sabemos. Estamos melhores agora do que há 30 anos e espero que melhore nos próximos 30. Espero poder fazer a diferença falando sobre o assunto”, finalizou a árbitra.
Federação inglesa apoia árbitra transgênero
Por meio de nota, a Football Association (FA) declarou apoio para Lucy.
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“A FA apoia totalmente a Lucy e qualquer outra pessoa que queira participar do futebol em seu gênero preferido. O futebol é para todos e em 2014 A FA anunciou uma política, além de um guia de informações distribuído a todos os clubes, para incentivar as pessoas trans a participarem do futebo", finalizou a associação se referindo à árbitra transgênero .