
O São Paulo foi alvo de uma denúncia anônima por "gestão temerária" protocolada no Ministério Público. Por falta de provas na acusação, o órgão solicitou um posicionamento prévio do clube, o que aconteceu nesta terça-feira (09).
Por meio de suas contas oficiais nas redes sociais, o Tricolor Paulista afirmou que prestou esclarecimentos após o pedido e que está à disposição da Justiça (veja abaixo).

"O São Paulo Futebol Clube respondeu a pedido de esclarecimentos encaminhado pelo Ministério Público a partir de fonte anônima, a respeito de atos realizados e aprovados pela atual gestão do Clube e seus órgãos de governança interna. O São Paulo segue à disposição para eventuais novas informações e demais esclarecimentos que o órgão julgue necessárias, de forma transparente e à luz dos procedimentos legais cabíveis", comunicou o clube.
A nota oficial divulgada nas redes sociais pelo time do Morumbi deixou parte da torcida confusa, pela falta de uma explicação clara sobre o que foi questionado pelo MP (confira abaixo os comentários de alguns torcedores).


Denúncia
A denúncia anônima de gestão temerária é sustentada em quatro pontos: déficit financeiro registrado em 2024, venda de jogadores por valores abaixo do esperado, projeto de captação financeira ligado às categorias de base e o suposto conflito de interesses de Julinho Casares (filho de Julio, presidente do clube), que teria ligação associativa com uma empresa que agencia atletas.
O São Paulo fechou o ano de 2024 com um déficit de quase R$ 290 milhões. Apesar dos documentos divulgados pelo Comitê de Governança do Conselho Deliberativo do clube sobre o balanço financeiro do terceiro trimestre do ano apontarem uma redução da dívida líquida — de R$ 968 milhões, registrados em dezembro de 2024, para R$ 913 milhões em setembro deste ano —, para fechar o ano com superávit, o Tricolor ainda teria que conseguir no mercado o valor de R$ 55 milhões.
A torcida da equipe paulista se incomodou com o valor das vendas de diversos jogadores, principalmente dos revelados por Cotia, como Henrique Carmo, que foi negociado ao CSKA Moscou, da Rússia, por 6 milhões de dólares (R$ 32,53 milhões), com mais 1 milhão de dólares (R$ 5,42 milhões) em possíveis bônus.
O projeto de captação financeira envolvendo as categorias de base do clube refere-se ao Fundo de Investimento em Participações (FIP) junto ao grupo financeiro Galápagos Capital. Apesar de ter sido aprovado pelo Conselho de Administração do São Paulo em setembro e possuir um status de urgência anteriormente, o plano perdeu força nos bastidores, e deve voltar apenas em 2026.