O meia Gerson , do Flamengo , chegou na manhã desta terça-feira à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) para prestar depoimento sobre a acusação de injúria racial ao jogador Índio Ramírez , do Bahia . O fato ocorreu na partida entre as equipes no último domingo, no Maracanã , vencida pelo Rubro-Negro por 4 a 3.
De acordo com o relato de
Gerson
,
o colombiano teria dito a ele "Cala a boca, negro"
no momento do reinício do jogo após o primeiro gol do Bahia
. O departamento jurídico do Flameng
o acompanha de perto o caso e assessora o atleta.
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Na segunda-feira, a delegada Marcia Noeli informou que Ramírez
, o técnico Mano Menezes
e o árbitro Flavio Rodrigues de Souza
também darão depoimento sobre o caso.
Em vídeo divulgado nas redes sociais do Bahia
na noite de segunda-feira, o colombiano de 23 anos negou ter cometido qualquer ato racista na partida contra o Flamengo
e afirmou ter dito "joga rápido, irmão"
no momento que se inicia a confusão.
"Em nenhum fui racista com nenhum dos jogadores, nem com Gerson
, nem com qualquer outra pessoa. Acontece que quando fizemos o segundo gol botamos a bola no meio do campo para sair rapidamente e o Bruno Henrique
finge e eu arranco a correr e eu digo a Bruno que 'jogue rápido, por favor'
, 'vamos irmão, jogar sério'
. Aí ele joga a bola para trás e Gerson
, não sei o que me fala, mas eu não compreendo muito o português. Não compreendi o que me disse e falei 'joga rápido, irmão'
."
"Aí passo por ele e sigo a bola. Não sei o que ele entendeu, o que ouviu. Ele jogou a bola e passou a me perseguir sem eu entender o que passava. Dei a volta por trás porque não queria entrar em briga com ninguém e depois ele sai falando que o tratei com 'cale a boca, negro'
falando português quando eu realmente não falo português. Estou apenas alguns meses no Brasil e sobre isso de ser racista não estou de acordo, porque isso não é bem visto em nenhuma parte do mundo e sabemos que todos somos iguais e em nenhum momento falei isso e menos ainda usei essa palavra."