Malcom, jogador do Zenit
Divulgação / Zenit
Malcom, jogador do Zenit

A base do Corinthians é uma das mais vitoriosas do Brasil. Contudo, além de troféus, ela rendeu ao futebol muitos “Filhos do Terrão”, em alusão ao tradicional local onde eram realizadas as peneiras do clube. Um dos últimos a ganhar o mundo foi o atacante Malcom , que, após estourar na Copinha, aos 16 anos, e ser titular no hexacampeonato brasileiro, em 2015, já conta com um currículo invejável, incluindo uma passagem pelo poderoso Barcelona.

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Hoje no Zenit , o jovem, que é a contratação mais cara da história do time russo, começa a retomar o grande futebol, após ficar afastado dos gramados por quase sete meses - por conta de uma grave lesão no tendão da coxa esquerda. Tanto é verdade que foi escolhido pelos torcedores como o melhor atleta do time no mês de março.

Em entrevista exclusiva ao iG , o atacante fala sobre diversos assuntos, entre eles, a felicidade em voltar aos campos. “Jogar futebol é o que amo fazer e eu vinha de um período longo de recuperação. Entrar em campo, estar com meus companheiros e jogar é a minha paixão”, afirma ele, lembrando do prêmio que recebeu, por um drone, em meio a quarentena imposta pelo coronavírus. “Foi uma alternativa inusitada e bem pensada (pelo clube). Eu gostei muito da experiência e fiquei muito feliz por ter sido escolhido o melhor do time. É um momento (pandemia) em que precisamos nos cuidar e respeitar as orientações para que tudo isso passe.”

Mesmo sem uma previsão de retorno do campeonato local, o jogador segue treinando forte em casa, com o auxílio dos profissionais do clube, que passam as atividades por diversos meios de comunicação. A ideia é não perder o ritmo e evitar qualquer possibilidade de uma nova lesão.

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O tema, aliás, foi motivo de polêmica na última semana. Em uma entrevista à rádio “Ser Catalunya”, da Espanha, o jogador, em meio a risadas e brincadeiras, teria deixado no ar que um dos motivos por seu baixo desempenho no Barcelona e das lesões sofridas teria sido a metodologia de treino da equipe espanhola. Na ocasião, ao se despedir do repórter, o brasileiro pediu desculpas por não ter atendido o telefone antes, dizendo que estava em sua segunda sessão de treinos. Ao ser perguntado se treinava mais na Rússia, respondeu: “Sim, treino muito mais aqui, em sessões duplas. Eu acho que foi por isso que me machuquei (no Barcelona )”. Ainda na entrevista, lembrou que estava acostumado a treinar só 40-50 minutos na equipe catalã.

Questionado pela reportagem do iG, o atacante negou que a fala se tratou de uma crítica ao ex-clube. “Não tive a intenção de culpar ninguém. A única coisa que expliquei foi que os treinos eram diferentes. O tempo de treino era menor lá (na Espanha), só isso. Não quis causar polêmica. Qualquer jogador está sujeito a se lesionar”, garantiu.

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Extracampo à parte, o atacante sabe que precisa seguir a retomada do bom futebol, não só para dar uma resposta em campo às críticas e expectativas criadas, mas, também, pelo desejo de atuar na seleção, seja a brasileira ou a russa. Malcom já defendeu o Brasil em diversas categorias da equipe de base, inclusive chegou a disputar a Copa do Mundo Sub-20 em 2015. Mas, apesar de ter sido convocado uma vez por Tite, para os amistosos pré-Copa América, contra a Arábia Saudita e a Argentina, o atacante não entrou em campo, o que manteve viva a possibilidade de naturalização, que foi ventilada anteriormente pelo próprio atleta.

Perguntando, Malcom, sem entrar em detalhes, confirmou que teve uma conversa com Tite sobre o tema, e deixou transparecer sua preferência. “Sim, comentei sobre isso (com o técnico da seleção), mas no momento estou bem focado em voltar bem aos jogos e ajudar o Zenit. Somente assim poderei me destacar e, quem sabe, despertar novamente a atenção do Tite”, afirmou ele, que precisaria viver ou atuar por cinco anos em um novo país antes de obter a naturalização. A mudança, aliás, não seria uma novidade, já que ele seguiria os passos do atacante Ari, o lateral-direito Mário Fernandes e do goleiro Guilherme Marinato, brasileiros que hoje defendem o país do presidente Vladmir Putin.

Com apenas 23 anos, entretanto,  Malcom sabe que ainda tem muito o que viver na carreira, mas, procura não se esquecer de onde veio. Em novembro passado, o jovem fez o final do seu tratamento no Centro de Treinamento do Corinthians . Ao lado do fisioterapeuta Caio Melo, realizou exercícios específicos. Além disso, tirou fotos com torcedores e ainda cumprimentou os garotos do time sub-20, que faziam um amistoso contra os reservas do elenco profissional. Todo esse carinho fez a Fiel sonhar com um possível retorno, que, se depender do atacante, acontecerá no futuro. “Eu cresci no Corinthians e todos sabem da minha identificação com o clube e com a torcida. Agora meu foco é somente no Zenit, mas, tenho um carinho especial pelo Corinthians e, quem sabe, um dia eu possa voltar a vestir a camisa do clube”, conclui.

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