Caio Campos, gerente de marketing do Corinthians
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Caio Campos, gerente de marketing do Corinthians

Tempos difíceis, reinvenção, reestruturação, mudança de ponta a ponta. Essas foram algumas das expressões utilizadas pelo gerente de marketing do Corinthians , Caio Campos, ao analisar, durante um seminário promovido pela plataforma de streaming TV NSports, o verdadeiro impacto do novo coronavírus (Sars-CoV-2) nas relações dos clubes com os seus patrocinadores.

De acordo com o profissional, que também é superintendente da Arena, o clube passa, diante da pandemia, por um momento de "adaptação aos parceiros". "Vamos ter que se adaptar, pensar fora da caixa, entender o que os parceiros estão fazendo, o que precisam e o que o clube precisa nesse momento. O primeiro passo é se reorganizar, depois sentar com os parceiros e conversar com cada um, caso a caso", comentou ele, confirmando o que está sendo feito, nesse momento, pelo clube paulista. "O Corinthians hoje tem 11 empresas parceiras e estamos falando individualmente com todo mundo. Para alguns patrocinadores a gente prorrogou contrato, dando mais tempo para não prejudicar os negócios deles. É um momento de todo mundo se ajudar. Momento de muita conversa e parceria."

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Informações dão conta que quatro dos atuais parceiros do clube paulista já suspenderam os pagamentos, apesar de não se posicionarem, até o momento, sobre uma quebra de contrato. Uma das empresas que mantiveram o repasse foi a Ale Combustível, que ocupa a lateral da camisa e tem contrato até março de 2021. A atitude, inclusive, foi elogiada por Caio Campos, durante o debate. "A Ale é uma parceira que não abriu mão de estar com a gente. Está efetuando o pagamento mesmo sem jogos. Está cumprindo com todos os compromissos. Mas, sabemos que temos que entregar mais, ajudá-los para que todo mundo saia ganhando, mesmo em um momento difícil", comentou.

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Ainda durante o debate, que também contou com a participação de João Marcio Coelho Jr., diretor de patrocínios do Flamengo, o responsável pelo marketing alvinegro apontou que vê com bons olhos um retorno do futebol, mesmo sem torcida. "Hoje temos dois grandes dinheiros na mesa. Que é o da televisão e o dos patrocinadores. A volta (do futebol), em qualquer das circunstâncias, é uma boa volta. Para poder voltar a respirar, começar a entender como vai readequar o nosso negócio. Nesse ponto de vista, o que a gente quer é que volte. Quando retornar, tem que sentar e entender se todos as entregas e acordos combinados anteriormente ainda fazem sentido, seja qual for o patrocinador ou parceiro do clube."

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Para Caio, porém, é difícil, no momento, fazer uma avaliação de quais medidas deverão ser tomadas para superar a crise criada pelo coronavírus. "Estamos em um momento que não temos a resposta principal de tudo, que é justamente o calendário. É necessário saber o que vai acontecer com ele para a partir daí poder tomar as medidas", afirma ele, opinando sobre o que todos terão que fazer. "Vamos ter que dar um passo atrás. Vai ter que reestruturar como uma empresa mesmo, questão de pessoal, sobre o que estamos fazendo hoje. A área digital hoje voa, mas não consegue suprir nem um terço do que o Corinthians necessita. Por mais criativo que nós formos, por mais ideias brilhantes que o mercado tiver, vai ser insuficiente. Será necessário repensar o negócio como um todo. De ponta a ponta. Desde o campo, os atletas, salário e a estrutura do clube. Isso vai sair fundamental para saber qual clube vai conseguir sair desse momento complexo."

Por fim, o gerente de marketing agradeceu aos parceiros do clube e fez votos para que esse momento passe rápido. "Queria agradecer aos nossos patrocinadores. Ale, Nike, BMG, todos. São parceiros que estão passando por dificuldade e vamos ter que estar cada vez mais próximo. Separados por conta do coronavírus, mas, cada vez mais próximo para entender as necessidades e vencer. Que esse momento passe rápido", concluiu.

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