A terça-feira foi de mais audiências do processo do caso Daniel, que investiga a morte do jogador na cidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná.
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Para tentar amenizar a culpa de Edison Brittes, o assassino confesso, e de Cristiana e Allana Brittes, que teriam participação no crime, o advogado de defesa da família, Cláudio Dalledone, resolveu falar sobre mais um dia do caso Daniel .
"Deixou-se de ouvir (durante as investigações) muita gente, pessoas importantes que estiveram na casa e foram simplesmente desprezadas pela autoridade policial", disse o magistrado, criticando as autoridades.
E Dalledone ainda explorou o comportamento de Daniel momentos antes do crime. "Pessoas que estiveram lá (na festa) viram que a casa estava salvaguardada – a parte íntima da casa – e que Daniel invadiu essa parte da casa, assim como invadiu o quarto, deitou na cama e importunou sexualmente a Cristiana", finalizou.
Acusação rebate testemunhas
O advogado Nilton Ribeiro, que representa a família de Daniel, disse no Fórum de São José dos Pinhais que algumas testemunhas indicadas pela defesa contradizem as versões apresentadas pelos próprios réus.
Ele questionou a tentativa de inocentar Eduardo da Silva, Ygor King e David William da Silva da imputação de homicídio por meio cruel. Eles respondem pelo crime de homicídio triplamente qualificado: motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
O médico Carlos Beltrame, indicado pela defesa de Eduardo da Silva como uma das testemunhas do processo, apresentou uma perícia particular. "Os laudos são inconclusivos e não dá para precisar se mais de uma pessoa carregou o carpo do jogador Daniel", apontou o legista.
Nilton Ribeiro rebateu: "Na delegacia os acusados dizem que foram vários cortes e que, me perdoem a expressão, a vítima ‘grunhia como um porco’. Se ele esboçava essa reação é porque ele estava vivo. Outro disse que Daniel estava se engasgando com o próprio sangue", apontou o advogado da família do jogador.
O caso Daniel
Sete pessoas são acusadas pela morte do ex-jogador Daniel Corrêa Freitas, no dia 27 de outubro de 2018, em São José dos Pinhais. O empresário Edison Brittes confessou ter matado o atleta, que, segundo ele, teria tentado estuprar sua esposa, Cristiana Brittes .
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Edison Brittes é acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, coação de testemunha e corrupção de menor. Eduardo da Silva, Ygor King e David William da Silva também estão presos por terem participação direta no crime.
Cristiana Brittes responde por homicídio, coação de testemunhas, fraude processual e corrupção de menor; já a filha Allana Brittes responde pelos mesmos crimes, exceto homicídio.
Evellyn Brisola Perusso é a única que responde em liberdade no caso Daniel . Ela é acusada de denunciação caluniosa e falso testemunho.