Os laudos periciais do IML (Instituto Médico Legal) sobre a morte do jogador Daniel foram anexados ao inquérito policial nesta quinta-feira e comprovaram que Edison Brittes recebeu ajuda de pelo menos uma pessoa para carregar o corpo do atleta até o local de sua morte, em uma plantação de pinos em São José dos Pinhais.
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Paulino Pastre, diretor do IML, afirmou que a causa da morte de Daniel foi a degola parcial, que causou exposição da coluna cervical da vítima.
"Nossa investigação chegou à conclusão de que a emasculação (decepação do órgão genital ) aconteceu muito provavelmente após o ato da degola (corte no pescoço), mas não foi possível precisar o momento temporal, antes ou posterior. A principal característica é que a lesão da emasculação tinha pouco sangue, pouco coágulo. Era menos significativa na região genital do que no pescoço", disse.
"Foi utilizado instrumento cortante altamente afiado, que impregnou lesões bem severas e profundas, cortando a musculatura cervical profundamente, e na região genital também. Foram feitos cortes de bordas lisas e perfeitas, de forma que tal instrumento foi altamente afiado para isso", continuou Pastre.
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Em outras palavras, os exames periciais não puderam afirmar de forma conclusiva se o pênis do jogador foi arrancado antes ou depois de sua morte. Isso poderia definir quais crimes e seus qualificadores os suspeitos serão condenados no julgamento.
Até por isso, partes do órgão genital de Daniel serão mantidas no IML e podem ser analisadas novamente do decorrer do processo. "O órgão vai sofrer o mesmo processo do corpo do Daniel. Vai ser avisada a família se quiser dar o destino normal, como uma parte do corpo. O que precisávamos de provas dele já extraímos fragmentos que estão armazenados no IML", relatou Paulino.
Ainda segundo o diretor, o estudo detectou claramente a ocorrência de muitas lesões, principalmente no rosto e na cabeça do atleta. "Foram muitas lesões decorrentes de ações contundentes, como chutes, socos, e posteriormente a essas ações seguiu-se a degola e a emasculação", completou.
Já de acordo com o delegado Amadeu Trevisan, responsável pelo caso, um dos indiciados ajudou Edison Brittes , o assassino confesso. "Ele teve ajuda possivelmente dos três que estavam junto com ele (Eduardo Henrique, Ygor King e David Willian). Pelo menos um dos três ajudou a arrastar o corpo. Para matar, provavelmente foi somente o Edison, pois é ele que tira a vítima ainda com vida do porta-malas, já fazendo o esgorjamento (degola parcial)”, relatou.
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Daniel foi morto no último dia 27 de outubro após festa na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais. Com o inquérito concluído, sete pessoas foram indiciadas e vão responder pelo crime.