O Corinthians anunciou na tarde desta quinta-feira que desistiu oficialmente da contratação do atacante Juninho, que chegaria por empréstimo do Sport e ficaria até o fim do ano que vem. O atleta de 19 anos foi indiciado por agredir e ameaçar a ex-namorada após denúncia em outubro de 2017.
A desistência do Corinthians em contratar Juninho se dá após a repercussão negativa que a negociação teve. Na última terça-feira, quando o Sport confirmou o acerto com o clube paulista, muitos torcedores corintianos protestaram justamente pelo histórico do jogador. A data coincidiu com os 12 anos da Lei Maria da Penha e nas redes sociais a agremiação alvinegra havia lembrado da data e incentivado torcedoras a denunciar abusos e violências.
O clube, por meio de nota, afirmou que a contratação buscava ressocializar o atleta e que já sabiam dos antecedentes do atacante e que fará parcerias com instituições que também cuidem da ressocialização dos agressores homens para que a violência contra a mulher acabe no Brasil.
Confira a nota oficial do Corinthians sobre Juninho
"Ao entabular negociações com o atleta Juninho, o Corinthians visava não só atrair um promissor talento futebolístico, mas também encetar um processo de ressocialização dele. Sabedor de antecedentes desabonadores no seu passado, acreditamos que um jovem devidamente orientado teria condições de mudar de banda e, em vez de frequentar o grupo dos que tratam como corriqueira a agressão à mulher, pudesse se tornar um exemplo de evolução moral.
Ou seja, o episódio deveria representar um passo avante naquela que é bandeira sagrada do Timão: lutar contra qualquer forma de discriminação, abominar a violência, aliar-se aos mais fracos. Entretanto, considerando as inúmeras manifestações de torcedoras e torcedores contrários à eventual contratação de Juninho, informamos que ele não fará parte de nosso quadro de funcionários. O momento exige que o congraçamento de mentes em torno da causa feminista se sobreponha a quaisquer outras considerações.
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Ademais, estaremos aumentando a importância do enfrentamento pelo Corinthians de um tema sensível como esse em um ambiente sabidamente machista como o futebol. Atuaremos no sentido de difundir por todas as instâncias do Clube essa doutrina para evitar ocorrências como essa e formaremos parcerias com instituições que também cuidem da ressocialização dos agressores homens para que a violência contra a mulher acabe no Brasil.
Andrés Sanchez
Presidente do Sport Club Corinthians Paulista"
O caso
O atacante foi preso em outubro de 2017 e chegou a ser encaminhado para a Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, acusado de agredir e ameaçar sua ex-namorada, com quem teve uma relação há cinco meses.
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A mulher, que não se identificou, acusou Juninho de espancamento e ameaças com faca. Ela testemunhou ainda que ele teria dito que as alternativas dela era morrer ou continuar com ele. À época, ele pagou R$ 10 em fiança e aguarda julgamento em liberdade.