No último domingo (19), o brasileiro Everton Luiz, do Partizan Belgrado, saiu de campo chorando após ser alvo de racismo por parte da torcida do Rad Belgrado. Todas as vezes que o jogador pegava na bola, a arquibancada rival fazia sons de macaco. No fim do jogo, o meio-campista fez gestos obscenos em direção à torcida do Rad.
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Jelena Polic, de 25 anos, é vice-presidente do Rad Belgrado e se manifestou sobre o caso com uma publicação no Facebook. Em texto irônico, a dirigente critica o jogador alvo de racismo e defende os torcedores e atletas do seu time.
"Toda esta história sobre este 'grande' Everton e tudo o que aconteceu no jogo entre Rad e Partizan é tendenciosa e triste. Por que não mencionam os insultos que o 'Sr. Bebê-chorão' dirigiu a Nikola Drincic durante o jogo?! Ele agrediu Vladimir Rodic e mostrou o dedo do meio aos torcedores. Mas nós é que somos racistas e nacionalistas", escreveu Polic. A publicação foi deletada algumas horas depois.
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"Aparentemente, precisamos respeitar aos outros mais do que nós mesmos, enquanto a equipe do Partizan tem 7 jogadores estrangeiros. E então falsas lágrimas e toda aquela falsa história de 'Eu amo a Sérvia e a vejo como minha casa'. Por que você não volta para o Brasil, mostra seu dedo escuro para eles e xinga as mães brasileiras?"
O post termina com a frase "Diga não ao racismo", escrita de forma irônica e acompanhada de emojis "chorando de rir".
Brasileiro chocado
"Não consegui conter as lágrimas ao enfrentar insultos racistas das arquibancadas durante os 90 minutos", disse Everton Luiz à imprensa local. "Fiquei ainda mais chocado com a atitude dos jogadores adversários que, em vez de acalmar as coisas, apoiaram esse comportamento", completou.
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O futebol sérvio sempre foi marcado por episódios de racismo nos últimos anos, incluindo cantos da torcida contra jogadores negros da Inglaterra em um jogo entre as duas seleções na categoria sub 21, há cinco anos.