Rafael Lima, 30 anos, um dos jogadores que não foi à Colômbia
Divulgação/Chapecoense
Rafael Lima, 30 anos, um dos jogadores que não foi à Colômbia

Uma semana depois da tragédia com o avião que levava o time da Chapecoense, os jogadores que não viajaram ainda vivem o luto pelos colegas da tragédia e repensam o futuro no futebol profissional.

Leia mais: 4 perguntas ainda sem resposta uma semana após tragédia com avião da Chapecoense

"Ainda parece que é tudo mentira. Fecho os olhos e vejo meus companheiros, sonho com eles. Essa ferida jamais vai cicatrizar", diz Rafael Lima, zagueiro da Chape à Folha de S.Paulo. O jogador é um dos mais abalados com o acidente que matou 19 jogadores e 24 membros da comissão técnica do time catarinense.

No clube desde o final de 2011, Rafael Lima tem 206 jogos com a camisa da Chapecoense. "Uma situação que era para ser inesquecível para o lado bom se tornou inesquecível para o lado ruim", diz o jogador, que foi contratado pelo diretor do clube, Cadú Gaúcho, também vítima do acidente.

Leia mais: Gerente-geral da companhia aérea Lamia é preso na Bolívia

Ainda muito abalado com a fatalidade, Rafael tem contrato até o final do ano mas confessa que a carreira no futebol ainda é incerta. "Se eu estivesse estabilizado financeiramente, eu pararia. Não é da boca para fora que falo isso. Temos a certeza que vamos morrer um dia, mas da maneira que foi ceifada a vida desses guerreiros não dá para acreditar. Fazia planos para jogar mais oito, nove anos. Agora já não sei".

O meia Neném, de 34 anos, também manifesta o desejo de parar de jogar. "Na emoção, vem esse pensamento (de se aposentar), mas na condição atual a gente sabe que não é possível. Tenho uma família para cuidar", afirma o jogador.

Leia mais:  Conmebol declara Chapecoense campeã da Copa Sul-Americana

RECONSTRUÇÃO

Irlene Wurzius, assistente social da Chapecoense, é a responsável pelo trabalho de recuperação psicológica dos funcionários do clube. "Primeiramente, vamos fazer um trabalho em equipe e, em segundo momento, individualizado. Ele vai ser necessário, porque o clima está muito pesado".

O clube catarinense tem a intenção de trazer 22 novos jogadores para reforçar o time na próxima temporada de 2017. Segundo a assistente, o atendimento pode acontecer com estes novos atletas. "Eles (os jogadores contratados) vão sentir isso assim que chegarem à cidade e vão trabalhar com profissionais que ainda estão aqui", complementou Irlene.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!