Cristiano Ronaldo e Messi
FIFA/ Divulgação
Cristiano Ronaldo e Messi

Na vida há a necessidade em sabermos sempre quem é o melhor, quem é o Número 1. O 2º colocado ou melhor, o 1º dos perdedores tem sua capacidade e talento questionados. Não venceu, então não serve. Isso serve sim, para tudo na vida.

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Há claro, a preferência pessoal e clubística, no caso do futebol, isso vira uma paixão sem limites para o amor (ao querido ídolo) e ódio (ao ídolo do adversário). Isso traz uma rivalidade acirrada em todos os poros e pólos, mas pouco contribui para a admiração do futebol em si, do esporte de massas e de reverenciar realmente os craques, os acima-da-média.

Os feitos de um são maiores que os feitos de outros simplesmente pela lente que se vê, pela régua que se mede e pelo desprezo alheio.

Nesse contexto, há dois dos maiores jogadores de todos os tempos, certamente entre os 5 maiores da história: Messi e Cristiano Ronaldo , o CR7. Para mim o Gigante de pouco mais de 1,60m e o Monstro que parece uma máquina de jogar futebol.

Os dois inapeláveis diante dos goleiros, ambos implacáveis e decisivos, ambos ídolos por onde passam, a dupla move multidões para assistirem aos seus jogos, pela TV ou no estádio, são os mais valiosos do esporte em todos os quesitos, um é porteño e o outro patrício.

Afinal quem é melhor?

A resposta pode vir apenas pela preferência futebolística.

Messi jogou a vida toda em apenas um time, e que time senhoras e senhores... É o maior jogador da história de um clube que prima por ser mais que um clube, que carrega em seu escudo a bandeira de uma região que não quer fazer parte de uma nação porque ela se basta. O argentino carrega mais que seus torcedores nas costas, carrega um ideal, uma história que pode ser contada em inúmeras fases, mas que tem, a partir de seu surgimento, o mais belo e impressionante capítulo de todos.

O Gigante mostra seu tamanho a cada ano, a cada recorde batido, a cada caneco levantado. É e sempre será importante para sua seleção nacional, talvez ele devesse jogar pela Catalunha e não pela Argentina, tamanha a identificação que tem e sua própria história de vida aponta para isso. Na grande seleção sul-americana, Messi chegou pertinho de levantar a Copa, aqui no Brasil em 2014, perdeu a bola do jogo à frente do alemão Neuer e é chamado de “pipoqueiro” por muito pelo mundo, entendidos ou não. Uma injustiça na carreira de Messi.

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Ele que quando garoto, em Rosário na Argentina, jogava nas escolinhas do Newell’s Old Boys e tinha um problema de crescimento. Ninguém quis investir no tratamento do garoto, aí os dirigentes do Barcelona acreditaram nele e apostaram em sua carreira, não preciso nem dizer que a decisão foi acertada e até inspirada no Divino... Em seu clube e nos corações de todos os culés, Messi é o maior e ponto final.

Messi, astro do Barcelona
Reprodução/Twitter/ChampionsLeague
Messi, astro do Barcelona

Já Cristiano Ronaldo, natural da Ilha da Madeira em Portugal, no além Mar, teve uma infância tão difícil quanto a de Messi, aliás, quase não nasceu pois sua mãe pensou em abortar a gestação porque era pobre e cuidar de mais uma criança parecia loucura naquele momento. Um anjo divino deve ter assoprado em seus ouvidos e a convencido a não cometer tal ato, certamente ela não imaginava que daria luz a um Monstro , uma aberração futebolística, uma máquina de fazer gols e de potência física, um jogador excepcional que saiu do Sporting em Lisboa, ganhou os corações dos torcedores do Manchester United, se tornou um dos maiores de todos os tempos no Real Madrid e agora constrói uma linda história na Juventus de Turim.

Um jogador fantástico que por onde passa, deixa saudades, que o diga Florentino Pérez que por causa de $ 100.000,00 (cem mil euros) perdeu o jogador para La Vecchia Signora. Por Portugal, CR7 venceu uma Eurocopa contra a França em Paris e nos Mundiais sempre é o destaque do time, decisivo.

Os dois mereciam melhor sorte em suas seleções nacionais.

Cristiano Ronaldo na Juventus
Reprodução/Twitter/ChampionsLeague
Cristiano Ronaldo na Juventus

Não vou entrar no mérito das vidas pessoais de um ou de outro. Isso eu deixo para a imprensa da fofoca, não é definitivamente a minha praia.

Narrei jogos dos dois, cunhei esses apelidos de Gigante e Monstro e compartilhei com quem assistia aos jogos, a emoção de vê-los jogar, de acompanhar seus duelos, de ficar perplexo com o que faziam e fazem em campo e principalmente, a sensação de poder ser testemunha ocular da história do futebol que estava sendo feita, ali, diante dos nossos olhos. Fazer parte disso, de alguma forma, é meu maior prêmio como narrador esportivo. A cada jogo deles, eu tinha a convicção de que alguma preciosidade aconteceria.

Messi mais cerebral e talentoso, atuando em uma faixa maior de campo e organizando o jogo, tem um poder letal impressionante, dificilmente erra uma finalização, todas no alvo e os goleiros que se virem. CR7 com um físico invejável, com menos talento, compensa no trabalho diário e na vontade qualquer deficiência que possa ter, vai além de seus limites para buscar recordes e escrever sua página na história, um finalizador estupendo e fatal.

Messi e Cristiano Ronaldo em Barcelona x Real Madrid
AS.com / Reprodução
Messi e Cristiano Ronaldo em Barcelona x Real Madrid

Não costumo ficar em cima do muro, mas sinceramente e de todo meu coração, escolher entre um ou outro, para mim, além de difícil, me faria gostar menos do esporte que tanto amo. O futebol precisa dos dois, os dois precisam de ambos, um fica melhor proporcionalmente à melhora do outro. Eles são tão diferentes em todos os sentidos que se fundem quando a bola rola.

Eu agradeço por ter vivido isso, ter visto e narrador a trajetória de Messi (Gigante) e de CR7 (Monstro). Mais capítulos serão escritos nessa história recente do futebol e se engana quem pensa que os dois estão perto da aposentadoria, ainda tem muita coisa para rolar vinda desses dois ETs. Os dois têm sede de vitória, gana de conquistar mais e mais. Nunca se cansam, nunca param de pensar nisso. Cada um a seu modo. Essa característica, talvez, seja a que define os dois: foco e objetivo claro em vencer. Nisso são idênticos.

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Às vezes me pego “viajando”, imaginando vê-los juntos, defendendo a mesma camisa, será que isso um dia vai acontecer? Eles parecem água e vinho, azeite e vinagre; mas que a mistura seria espetacular, ah isso eu tenho certeza que seria...

E você, o que pensa sobre os dois?

Dica do Narrador

Em eventos internacionais, quando você tiver qualquer dúvida sobre pronúncias em nomes de uma transmissão, consulte o Google tradutor ou então, fale com algum nativo do país em questão, ligue para um consulado ou embaixada e resolva seu problema.

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