
Um jogador fora de série. Marrento, provocador com a bola no pé e com a língua afiada. Um craque que sempre gostou de provar algo a alguém. Vencedor, inteligente, habilidoso, genial e decisivo. Esse é Renato Portaluppi, o Renato Gaúcho que talvez tenha sido injustiçado na Seleção do saudoso Telê Santana, que talvez tivesse um lugar maior do que teve como jogador.
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Hoje e já faz um tempo, na minha opinião e de tantos outros, Renato Gaúcho
é disparado o melhor técnico brasileiro da atualidade. Campeão de quase tudo, pegou um time de "refugos" que não andava nas mãos de Roger Machado e levou o time às conquistas da Copa do Brasil, Gaúchão e Copa Libertadores, a menina dos olhos dos clubes nacionais.

Renato que muitas vezes é menos prestigiado que as curvas de sua linda filha Carol, certa vez disse que não precisava fazer cursos, estudar para ser um grande treinador. Ele disse que “manjava” do riscado e que sabia o que estava fazendo. Falou, polemizou e cumpriu.
Em 2008, foi vice da Libertadores com o Fluminense, perdendo nos penais para a equatoriana LDU do argentino Edgardo Bauza. De lá para cá se foram vários trabalhos, bons, médios e ruins. Mas Renato nunca abdicou do futebol ofensivo, de bola no pé, aproximações e jogo apoiado para triangulações e tabelas visando a quebra das linhas defensivas adversárias. Futebol moderno ou não?

Futebol moderno sim, futebol total que nem sempre resultam na vitória ou no título. Mas que é bonito de se ver, ah isso é...
Time de “refugos”, com o maior respeito, Renato fez todos jogarem o que podem ou não podem. Quem apostaria em Maicon (que a torcida do SPFC apelidou de “Feijoada”), Cortez (o lateral-esquerdo que comemorou o casamento num restaurante popular árabe), Cícero (que não está mais no clube e que foi largado pelo tricolor paulista); só para citar esses três.

O Grêmio tem um orçamento menor do que outros grandes clubes, especialmente do eixo Rio-SP, mas tem muita organização e sabe bem como gastar seus recursos. Uma bela administração, uma transição muito, mas muito bem-feita dos jogadores da base para o time profissional, Thiago Gomes é o treinador responsável por esse trabalho.
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O Tricolor gaúcho revela grandes talentos como o Everton Cebolinha, Jean Pierre, Matheus Henrique, Victor Bobsin e Pepê, para citar apenas alguns deles. Da conquista da Liberta para cá, perdeu outros como Artur e Ramiro e já tinha perdido Pedro Rocha. O “Imortal” com sua Arena montou uma “legião” que nas mãos de Renato se tornou um timaço.

Uns podem questionar o planejamento, o clube deixou de lado o Brasileirão nos últimos anos, colheu mesmo assim, importantes frutos com suas conquistas. Jogou o Mundial de igual para igual contra o Real Madrid de Cristiano Ronaldo e cia, perdeu, mas caiu de pé.
Renato reinventa o jeito do Grêmio jogar, perde nomes, outros chegam e ele trabalha bem, e como trabalha!

O time continua competitivo e candidato a tudo nos cenários nacional e internacional.
Renato fala o “boleirês”, entende os jogadores temperamentais, tem todas as condições de fazer Neymar ser decisivo de fato, não só nas campanhas publicitárias. Alguém duvida disso? Eu Não!
O Gaúcho pode transformar o estilo de jogo da seleção brasileira e ganhar jogando bonito. Já provou que pode fazer isso. O que mais Renato Portaluppi precisa fazer para convencer a CBF de que merece uma chance para dirigir o Brasil? Há anos que nossos treinadores que chegam lá são gaúchos: Tite, Felipão, Mano Menezes e Dunga. Será que já não passou da hora, do mais Gaúcho de todos assumir o Brasil?

Dica do Narrador
Converse sempre com seus companheiros de transmissão com antecedência. O entrosamento entre todos é fundamental para o bom trabalho da equipe.
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