Roger Federer, craque do tênis mundial
ATP/DIVULGAÇÃO
Roger Federer, craque do tênis mundial

Um dia um sábio me falou: “o craque é aquele que faz seu esporte parecer fácil...” 

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Fiquei pensando naquilo por um tempo. Entendi o que ele queria dizer e quando assistia ou narrava algum esporte qualquer, procurava encontrar um craque desses. Foi assim no futebol, Messi e Cristiano estão aí para não me deixar mentir; no automobilismo, talvez Lewis Hamilton seja o melhor recente exemplo. Há tantos outros espalhados por aí.

Cristiano Ronaldo e Messi, dois craques da bola
FIFA/ Divulgação
Cristiano Ronaldo e Messi, dois craques da bola

Já narrei eventos olímpicos, e vi muitos esportistas mudarem “a cara” do esporte que praticam e inclusive, influenciar em desenvolvimento de regras e tudo mais. O que a gente às vezes não entende, é que ganhando ou perdendo, esses profissionais do esporte dedicam uma vida inteira, desde a infância a esse esporte em que são experts. Tudo começa no sonho infantil, talvez impulsionado pelos pais, vira uma ideia fixa e em um determinado momento, se torna uma profissão rentável, mas não em todos os casos obviamente.

Quando eu era criança, imitava o Fiori Gigliotti e me imaginava um dia, primeiramente, jogando futebol. O tempo passou, eu cresci (nem tanto, tenho 1,65 m) e não consegui realizar esse primeiro sonho. Depois, decidi estar próximo do esporte que tanto gostava, sendo jornalista/radialista e por consequência, narrador esportivo. Foi uma maneira de me aproximar do meu primeiro sonho. Muitos colegas têm um histórico parecido. Há os que conseguiram chegar nesse ponto da vida por acaso, não sendo um sonho de infância.

Zidane, craque da seleção francesa nos anos 90 e 2000
Reprodução
Zidane, craque da seleção francesa nos anos 90 e 2000

Por falar em sonho, nunca imaginei que veria jogadores como Messi, Cristiano Ronaldo e, principalmente Zidane; que dos que narrei, foi o que mais admirei. Para mim o maior craque que vi. Se em relação ao futebol eu não imaginava ver o francês, o argentino e o português, o que dizer do tênis? Esporte que eu passei a entender sozinho apenas assistindo ao saudoso Mestre Rui Viotti (com quem viria a trabalhar mais tarde) narrando na extinta TV Manchete, no canal 9. Eu assistia, meu pai não entendi nada, me perguntava da contagem: – Por quê é 15, depois 30 e depois 40? Qual a lógica disso? E eu respondia: - Ah pai, não sei, é assim que é, mas é fácil entender a contagem...

Na cabeça dele, não fazia o menor sentido. O tênis é um esporte surgido na Inglaterra como tantos outros e há muitos anos, apesar de ser elitista, encanta e se populariza comas transmissões mundo afora. Eu sempre gostei de tênis, apesar de nunca ter jogado efetivamente, já fiz alguns treinos e no final do ano passado, no “churrasco da firma” ganhei uma raquete novinha em folha, muita sorte mesmo.

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Eu não havia imaginado, nos meus maiores e mais lindos sonhos que um dia eu teria o prazer de narrar jogos de Rafael Nadal (ESP), Novak Djokovic (SRB) e especialmente, Roger Federer , para mim o maior craque de todos os tempos no esporte, que nesse final de semana, em Dubai (UAE) chegou à impressionante marca de 100 títulos pela ATP, em 21 anos de carreira profissional, dos 16 aos 37 anos de idade.

O que mais o Professor precisa? Tem uma bela esposa, a eslovaca e ex-tenista Mirka Federer , que foi quem deu um Norte para a carreira do suíço. Eles têm 2 casais de gêmeos idênticos. Roger já passou faz tempo da casa dos 100 milhões de dólares em prêmios conquistados, fora o carisma, fora os patrocinadores, fora as ações sociais, fora os engajamentos dentro da ATP, fora o bem que já fez pelo esporte, fora os fãs que carrega pelas quadras e que ao assistem na TV, fora tudo e mais um pouco.

Roger Federer, a mulher Mirka e os 4 filhos
Tennis World USA
Roger Federer, a mulher Mirka e os 4 filhos



Djokovic e Federer
Reprodução
Djokovic e Federer

Quem não gostaria de ser o craque Roger Federer? Ah eu gostaria, seria minha primeira opção de troca se eu tivesse uma oportunidade concedida por Deus. Ele que no começo era rebelde, bad boy, esquentadinho mesmo, mas sempre muito talentoso. Pegou o final de uma geração vencedora; Pete Sampras (USA), Andre Agassi (USA), Evgeni Kafelnikov (RUS), Marat Safin (RUS), Gustavo Guga Kuerten (BRA) e cia; viu Andy Roddick (USA) e Lleyton Hewitt (AUS) disputarem o posto de Nº 1 do ranking antes de assumir a posição e até hoje ser o que mais semanas ficou no topo: 310.

Foram 152 finais com 100 canecos levantados até hoje, e 1/5 deles em Grand Slam (20); a cada 3 finais, o suíço ganha 2 taças. Ele está há 09 títulos de igualar o americano Jimmy Connors, que também detém o recorde de vitórias: 1256 contra 1188 do Professor Federer.

Roger Federer em ação em Dubai
Divulgação
Roger Federer em ação em Dubai

E como citei acima, além de Nadal e Djoko, ele teve pela frente Andy Murray (SCO) que anunciou aposentadoria no começo do ano. Federer travou batalhas épicas com Juan Martín Del Potro (ARG), encarou de frente essa nova geração, que o digam Alexander Zverev (GER) e Stefanos Tsitsipas (GRE), só para citarmos os mais destacados no momento.

Roger Federer atravessou gerações, certamente aprendeu com os feitos de Rod Laver (AUS), Björn Borg (SWE), John McEnroe (USA), Boris Becker (GER), Ivan Lendl (CZE) e tantos outros que com absoluta certeza, o inspiraram. O suíço resolveu fazer tudo que os outros fizeram, de uma forma diferente, de uma forma que só ele sabe fazer. Quem vê Federer jogar, torce por ele. Ele representa de forma impecável o esporte. Ele faz com que a gente pare na frente da TV para assistir a um jogo de horas de duração. Ele faz a gente se imaginar dentro de quadra.

Boris Becker e John McEnroe, lendas do tênis
Reprodução
Boris Becker e John McEnroe, lendas do tênis

O tempo vai passar, provavelmente ele se aposente em pouco mais de 1 ano e meio ou 2. Só para lembrar, no ano que vem tem os Jogos Olímpicos de Tóquio (JPN) e ele não tem um título importante: a medalha de ouro olímpica em simples. Chegou perto em Londres (ENG) 2012, mas foi derrotado por Andy Murray na final. Federer tem um ouro em duplas, conquistado em Pequim ao lado do compatriota Stanislas Wawrinka.

Até lá, talvez ele vença mais alguns torneios. O que temos que observar e com muita atenção, é que esses craques passam e deixam seus legados. A cada winner de Roger Federer, a cada saque, bola curta, lob, ace e voleio, a cada passada, daqui para frente, devemos nos deliciar e aproveitar o que ele nos oferece: o seu melhor, o melhor de um craque do esporte. Pode ser que num futuro próximo ele seja superado em números por Nadal ou Djoko (aposto no sérvio); mas o título de maior de todos os tempos eu acho difícil que tirem dele, não só pelos números que são espantosos, mas por todo o conjunto da obra realizada pelo Professor. Não é todo dia que nasce um Roger Federer. Come on, enjoy!

Só tenho uma última coisa a dizer: Obrigado, Roger Federer !

Roger Federer em ação
Reprodução/Twitter/AustralianOpen
Roger Federer em ação




Dica do Narrador

Antes de uma transmissão esportiva, verifique com os técnicos se todos os equipamentos estão funcionando perfeitamente: microfone e fone. E sempre tenha mais um microfone e um fone para realizar seu trabalho.

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