Juventus da Mooca
, que foi um dos times que tiveram a melhor campanha no feminino em 2020 e é considerado um dos pioneiros dentro da categoria no Brasil, tratou com descaso as suas atletas.
O clube encerrou as atividades do time sem nenhuma justificativa prévia e, mesmo uma semana depois do fato, ainda não se manifestou oficialmente e também não ofereceu nenhum tipo de apoio a quem vestia e honrava a tradicional camisa.
Tudo começou entre os dias 22 e 23 de fevereiro, quando diversas jogadoras começaram a se manifestar em suas redes sociais questionando a situação. Antes, a comissão técnica já havia avisado que deixaria o comando do time.
Essa desorganização foi crucial para a avalanche que veio em seguida e que colocou um ponto final em um dos clubes mais tradicionais do feminino. Uma situação inadmissível, que colocou uma obstáculo ainda maior na vida daquelas que sonhavam em ingressar no esporte. Mais uma dura pedra colocada no caminho do futebol feminino.
Mesmo diante do descaso, várias das atletas agradeceram a oportunidade de vestir o que elas apelidaram carinhosamente de “J” , mas, mesmo assim, reivindicam uma resposta e deixam explícito a indignação, que não só elas, mas todos que acompanharam a evolução das garotas, passaram a dividir após a situação.
“Cara diretoria, nunca pedimos ou exigimos nada, só queríamos que alguém tivesse a humildade de ir conversar com a gente sobre o que estava acontecendo e o porque da nossa modalidade estar se desfazendo da maneira que desfez, ninguém da diretoria do clube sequer se pronunciou sobre o que aconteceria com o futebol feminino esse ano. E assim foi, saímos de uma grande campanha no brasileiro A2, para o fim do futebol feminino esse ano”, manifestou Emilly Santos , um dos nomes da equipe, em uma postagem nas suas redes sociais.
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As jogadoras, que sempre dedicaram-se ao clube de corpo e alma, foram deixadas no escuro. Sem resposta, sem visão de futuro. Para piorar ainda não há nenhuma manifestação sobre o que será do clube e como essa situação se resolverá.
A única palavra do Juventus diante de toda a situação foi uma postagem no dia 10 de fevereiro anunciando a saída de Wellignton Souza , antigo treinador da equipe. Nenhum fato novo foi anunciado, nenhuma atualização sobre o encerramento das atividades, se não, as manifestações das jogadoras, não só Emilly , mas nomes como os de Andreza Silva , Danielle Lameu e Renata Rosa .
Um clube com estádio, nome e história agir dessa tal forma é inadmissível. É óbvio que é de um conhecimento geral que patrocínios e investimentos destinados ao futebol feminino são em menor quantidade em relação ao masculino, fato que piorou diante do impacto causado pela pandemia.
Essa situação também não é exclusiva do Juventus da Mooca, mas cabe aos clubes e a quem ministra equipes femininas sempre se atentar e antecipar situações como essa, buscando sempre o melhor das jogadoras e prezando sempre pela representatividade de algo tão deixado de lado.
O Juventus da Mooca dá adeus a sua belíssima história no futebol feminino, talvez de uma forma que ninguém esperava. E o que mais nos entristece nessa história é saber que atitudes e ocasiões como essa estão longe de chegar ao fim.