O motoboy Dante Luiz, 42, morto após o jogo do Palmeiras nesse sábado (12), era uma homem "pacífico, companheiro, alto-astral e dono de uma aura cativante". Os elogios são do amigo e vizinho Davi Santos, técnico em informática e manutenção de celulares.
Ele conta que o amigo integrava a "velha guarda" da torcida organizada Mancha Verde e repetia o mantra de que torcedor é para "carregar a bandeira de seu time e não brigar".
“Conheço o Dante há 14 anos, ele morava na rua de baixo à minha. Ontem mesmo fomos a um bar daqui para conversar. Era um palmeirense insano, mas falava pouquíssimo de futebol. Ele estava apreensivo com o jogo de hoje. Só dizia 'seremos campeões'. Ele sempre foi torcedor do Palmeiras, tradição que vem da mãe e ele passou para os três filhos (dois meninos e uma menina). Não perdia um jogo. Em todos esses anos, nunca se envolveu em briga. Era um cara pacífico. Da velha guarda da Mancha Verde, mostrava pra essa geração que torcer é um ato de amor pelo time, e brigar não. Dizia que é melhor carregar a sua bandeira do que brigar e querer o mal. Era um cara muito 10 de 10”, disse Santos ao jornal O Globo.
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Dante Luiz foi assassinado na rua Palestra Itália, zona oeste da capital paulista, onde torcedores se reuniram após a final do Mundial Clubes em que o Palmeiras perdeu para o Chelsea por 2 a 1. O autor do tiro contra Dante foi o agente penitenciário José Ribeiro Apóstolo Júnior, de 42 anos, que afirma ter agido em legítima defesa. Ele foi preso em flagrante.
De acordo com a publicação, a polícia investiga a motivação do crime, mas o delegado da delegacia de Intolerância Esportiva do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), Cesar Saad, chegou a dizer à GloboNews que o caso "parece um acerto de contas". Imagens divulgadas pela Band mostram o homem identificado como Apóstolo Júnior correndo com uma arma na mão, enquanto é perseguido por torcedores após o que parece ser uma briga. Nesse momento, ele teria atirado e atingido o motoboy.