A morte do ciclista Bahman Golbarnezha d abalou a reta final da Paralimpíada Rio 2016. O iraniano sofreu um grave acidente no sábado (17) durante a prova de ciclismo de estrada da classe C4-5 e não resistiu.
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Bahman Golbarnezhad era casado com uma jogadora de basquete da seleção feminina paralímpica do Irã. Ele deixa a mulher e dois filhos. Nos Jogos Rio 2016 , ele já havia participado de uma prova no mesmo trajeto onde se acidentou, na quarta-feira (14), na prova de contrarrelógio, onde ficou em 14º lugar.
Segundo informações da Comitê Paralímpico , a maior ambição de Bahman era conquistar um ouro nos Jogos de 2016. Ele ainda disse que a maior influência em sua carreira era a mulher e considerada o título de campeão asiático, em agosto de 2012, como o maior feito da carreira.
O atleta nasceu em Shiraz e começou no esporte em 2002. Na Paralimpíada do Rio ele competia no ciclismo de estrada na categoria para pessoas com alto grau de deficiência, como os amputados. De acordo com a imprensa iraniana, ele era soldado e perdeu parte da perna esquerda depois de pisar em uma mina terrestre.
O ciclista tinha 48 anos e perdeu controle da bicicleta na prova de ciclismo de estrada nos Jogos do Rio. Ele caiu, teve traumatismo craniano e foi atendido no local. Logo foi encaminhado ao hospital, mas teve uma parada cardíaca no caminho e morreu.
O corpo de Bahman Golbarnezhad foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) na manhã deste domingo (18).
Ministro lamenta morte e fala de riscos do ciclismo
Em entrevista coletiva à imprensa, no Rio Media Center, no centro do Rio de Janeiro, o ministro do Esporte , Leonardo Picciani, lamentou o ocorrido neste domingo. “Em se tratando de uma vida, temos sempre que lamentar. Não poderia ser diferente”.
O ministro disse que o ciclismo é um esporte com muitos riscos. Observou que na história da modalidade, existe o registro de acidentes fatais em todo o mundo.
Picciani explicou que em relação à troca do circuito, essa é uma decisão da União Ciclística Internacional e dos organizadores que definem os critérios técnicos da prova. “Não é uma decisão do governo brasileiro”.
Indagado se o atendimento médico teria demorado a acontecer no caso do ciclista do Irã, o ministro disse que “pelos relatos que temos, o socorro foi prestado de forma adequada, de forma ágil”. Por quatro vezes, os médicos tentaram reanimar o atleta. “Mas, infelizmente, os médicos não tiveram sucesso”.
Picciani lembrou que também na Olimpíada Rio 2016 ocorreu um acidente grave com a atleta da Holanda Annemiek van Vleuten, no ciclismo de estrada, “que também foi socorrida a tempo e que, no caso dela, graças a Deus, não teve maiores problemas”. Annemiek sofreu fraturas na coluna e uma concussão.
Picciani classificou a morte de Bahman Golbarnezhad como uma fatalidade no esporte paralímpico. O próprio ministro disse praticar ciclismo e reiterou sua tristeza diante do ocorrido.
*com Agência Brasil