Fora da água, Gabriel Medina mostra que entende também de futebol. Embora tenha sido o surfe o esporte de sua escolha, desde criança, o corintiano roxo jogava bola com os amigos na praia de Maresias, litoral norte de São Paulo, onde passou toda a infância e adolescência. "Eu sou apaixonado por futebol", afirmou o surfista à revista online da Fifa.
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Questionado sobre a possibilidade de crescer no Brasil sem ter alguma ligação com o futebol, o jovem de 23 anos diz ser "impossível". "O seu primeiro presente normalmente é uma bola, então é cultural. O futebol faz parte do modo de vida do brasileiro", afirmou Medina .
No entanto, ele acredita que em ambos os esportes, tanto no surfe quanto no futebol, para que haja destaque, é preciso ter um dom. "Isso requer talento, habilidade. Não basta apenas trabalhar tudo e se dedicar. Você precisa se acostumar ao estilo de vida de um atleta, estar focado em todos os momentos e se concentrar, seguir uma rotina de treinamentos", disse.
"É uma vida agitada e você precisa desistir de muitas coisas para ser bom no que você escolheu fazer. Então nestes quesitos, há muitas semelhanças entre o surfe e futebol ", disse o surfista.
Perguntado sobre sua melhor experiência com o futebol, ele lembra um jogo amistoso. "Teve um jogo beneficente no ano passado no qual eu tive a oportunidade de jogar com Neymar, Emerson Sheik, Douglas Costa e outros jogadores. Essa experiência foi incrível porque eu consegui fazer um gol nesse jogo e ao mesmo tempo, ficar ao lado dos meus ídolos que eu sempre acompanhei na TV e agora são meus amigos. Foi uma experiência única".
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Amizade com Neymar
Gabriel já chegou a ser chamado de "Neymar do surfe". Ambos jovens brasileiros, bem sucedidos em seus respectivos esportes e hoje, amigos íntimos. O surfista conta que conheceu o jogador em 2013. "Eu fui à casa dele quando ele ainda jogava no Santos. Eu dei uma prancha de presente à ele e naquela época a gente não se falava com tanta frequência. Principalmente porque eu viajava muito e eu não saía muito, eu não fazia muitas coisas além do esporte. Mas depois de dois anos, nós nos tornamos mais próximos, eu já tinha ido à Europa visitá-lo. Ele também veio para Maresias. Somos bons amigos, ele é um cara incrível", diz.
Corinthians
"É o time do meu pai, mãe, avô, dos meus tios e da minha família toda. Você sempre acaba seguindo o time da sua família, você queira ou não. Mas é claro que hoje eu torço porque quero e não mudaria para nenhum outro time", disse o corintiano Medina.
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2014
Vale ressaltar que em 2014, Gabriel se tornou o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe. Foi justamente naquele ano, que a seleção brasileira decepcionou na Copa do Mundo e foi eliminada pela Alemanha por 7 a 1. "Foi um ano estranho", disse o atleta. "O Brasil perdeu no futebol e a equipe de vôlei também foi derrotada. Então o meu título no final do ano foi um grande alívio, veio na melhor hora".
"Nós sabemos como são os torcedores brasileiros, tão apaixonados... E eu era um vencedor brasileiro. Foi bom ver tantas pessoas felizes, sentir essa emoção, essa paixão que o Brasil tem pelo esporte do país. Foi fantástico", afirmou.
Copa 2018
Sobre a possibilidade do Brasil vencer a Copa do Mundo de 2018 na Rússia, Gabriel acredita que a chance é grande. "Isso pode ser visto durante as classificações. O Tite está fazendo um belo trabalho, ele é um bom técnico e tem jogadores excepcionais, todos muito talentosos. Eu até arriscaria dizer que a final vai ser entre Brasil e Alemanha, caso eles não se encontrem antes disso", concluiu, aos risos, Medina.