Depois do medo e incerteza, a sensação de missão cumprida ainda pode trazer benefícios à saúde
As sensações de incerteza e risco que alguns esportes radicais proporcionam a seus praticantes são engolidas pela superação após o fim da atividade.
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Depois que a insegurança acaba, a vontade de repetir a brincadeira ganha força. No fim, a sensação se transforma num vício. E o que até então trazia medo, passa a se tornar um hábito. Assim são os esportes radicais .
Para muitos, esse desafio pessoal de superação do medo é o grande atrativo dessas atividades. Rodrigo Macaco, na busca por um novo esporte, foi fazer um salto duplo em Boituva, interior de São Paulo e se apaixonou pelo voo: “O paraquedismo não é como qualquer outro esporte radical. A sensação de quase morte, de você ter que se salvar, é inexplicável. Você se sente mais vivo”.
A principal diferença dos esportes radicais, quando comparados aos exercícios mais leves, é a situação de risco em que eles colocam aqueles que os praticam.
No momento de tensão, o corpo do praticante libera adrenalina, fazendo com que a frequência cardíaca do atleta aumente e com que suas reações naturais do corpo humano, como luta ou fuga, sejam ativadas.
Através destes estímulos, os praticantes ganham confiança para realizarem os movimentos necessários para as mais distintas situações. Por exemplo, pegando uma onda grande e ganhando velocidade numa prancha de surfe, saltando de um avião e caindo em queda livre antes de abrir o paraquedas.
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Já para Bernardo Igreja, de 26 anos, a superação pessoal não pode anular completamente o medo. Ele acredita que a ansiedade e inquietação são necessários para se manter atento aos riscos inevitáveis do esporte. “A meu ver, superação é aceitar e abraçar esse medo, sabendo conviver de forma harmônica com ele em troca de uma recompensa que você sabe que vem", disse o paraquedista.
"Esse processo, gradativo e fundamental, é facilitado a partir do exato momento em que você entende e decide que saltar de um avião em movimento para ter alguns segundos de queda livre é algo que você quer para a vida inteira", completou Igreja.
A consciência é essencial pois muitas das atividades radicais exigem grande responsabilidade de seus praticantes. “Muita gente acha que o paraquedismo é só saltar, mas é um esporte como qualquer outro, que exige muita prática e dedicação. Se você não saltar por um certo tempo, você precisa fazer uma reciclagem. A frequência é muito importante para você poder acompanhar sua evolução”, explica Macaco.
A vontade de ir cada vez mais longe e de se superar não podem ultrapassar os limites individuais, por isso, recomenda-se o auxílio de intrutores para o processo. Até mesmo os mais experientes devem ter cuidado com o tênue limite do risco colocado.
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Terapia
Além do alívio após o fim do exercício, os esportes radicais são opções de fuga para o estresse e servem como terapia. A execução das atividades alivia as tensões cotidianas.
A prática de esportes radicais vai além do benefício psíquico, como superação pessoal, autoconfiança, coragem. São também responsáveis por melhoras físicas como consciência corporal, equilíbrio, força muscular e coordenação motora.