Dos 111 casos analisados com astros da NFL que já morreram, em 110 foram constatados uma doença causada por choques na cabeça
Um estudo sobre a NFL publicado na Journal of American Medical Association mostrou um resultado preocupante: 99% dos ex-jogadores da liga profissional norte-americana de futebol americano analisados deram claros sinais de problemas cerebrais, indicando uma doença ligada a pancadas repetidas na cabeça e que pode levar à demência.
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Dos 111 casos analisados com astros da NFL , em 110 foram constatados a RTC (Encefalopatia Traumática Crônica). Essa doença é uma enfermidade degenerativa relacionada com choques na região da cabeça, também conhecida como demência pugilística, já que começou a ser estudada como uma consequência de boxe.
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"Os dados sugerem que há uma relação muito provável entre exposição ao futebol americano e risco de desenvolvimento da doença", disse Jesse Mez, professor de neurologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, autor-chefe da pesquisa.
Danos cerebrais
No total, o estudo examinou 202 cérebros de pessoas mortas que jogaram em alguma categoria do futebol americano, seja na escola, universidade ou profissionalmente na NFL, depois dos anos 60. A doença apareceu em 177 casos, o equivalente a 87%. Entre aqueles que jogaram como profissionais, a taxa foi de 99%.
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A condição, que atualmente só pode ser diagnosticada após extração de tecido cerebral de uma pessoa morta, foi diagnosticada em ex-jogadores como os astros Junior Seau, membro do Hall da Fama do esporte, e Dave Duerson. Ambos cometeram suicídio.
O estudo sobre os perigos desse esporte adverte, no entanto, que não se pode concluir com absoluta segurança que jogar futebol americano está diretamente relacionado com a ETC . Os cérebros estudados são de pessoas que os doaram para a ciência porque suspeitavam que algo errado estava acontecendo, o que faz com que a amostra apresente algum desvio.
Culpa do esporte
Recentemente, o ex-jogador do New York Jets, Mark Gastineau, atribuiu as doenças mentais que adquiriu à sua carreira dentro da NFL. "Quando meus resultados chegaram, eu tinha demência, Alzheimer e Parkinson", disse o linebacker à rádio norte-americana "WOR". Durante os dez anos que atuou na liga, todos eles foram com a camisa do time de Nova York.