Fernanda Maciel correu a prova em mais de 24 horas e repetiu o bom desempenho do ano passado
A ultramaratonista brasileira Fernanda Maciel, de 37 anos de idade, conseguiu mais uma vez completar a temida Marathon des Sables (ou, em português, Maratona das Areias), competição de seis etapas disputada no Marrocos e que se estende por 250 km pelas dunas do Deserto de Saara. Em sua 32ª edição, ela ficou na terceira colocação entre os 1.167 corredores.
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Fernanda venceu temperaturas de mais de 50 graus com um tempo acumulado de 24 horas, 44 minutos e 59 segudos. Ao lado da brasileira , completaram o pódio a sueca Elisabet Barnes, que ficou na primeira colocação, e a francesa Natalie Mauclair, segunda melhor classificada.
“Terminar esta prova significa uma vitória e um sonho. Sempre ouvi falar desde pequena da Marathon des Sables e sabia que um dia poderia corrê-la. É a única prova que me faz chorar de dor e de prazer em cruzar a linha de chegada de cada etapa diária", disse Fernanda, que participou do desafio pela segunda vez.
Uma das particularidades da competição é a autossuficiência. Do primeiro ao último estágio, os atletas devem carregar consigo, o tempo inteiro, o próprio alimento para os sete dias em que ocorrem as seis etapas, aumentando o peso da mochila e a dificuldade para cruzar o deserto.
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"A parte mais desafiadora foi durante a primeira etapa. Comecei a passar mal do estômago, não conseguia respirar bem e nem comer. A mochila pesava 8,5 kg. Não corria bem subindo ou descendo as dunas. Foi um martírio! Pensei em abandonar a prova, mas segui firme até acabar a etapa", afirmou Fernanda.
Desafio no deserto
A Marathon des Sables reúne amadores e profissionais da ultramaratona do mundo inteiro, mas a disputa pelo pódio ficou mais acirrada desde o ano passado, pois a prova passou a ser uma das mais importantes no Ultra Trail World Tour, o circuito mundial de ultramaratona.
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“A prova este ano foi difícil e bem disputada por causa do maior número de competidoras femininas que disputam o mundial Ultra Trail World Tour. Houve muita disputa pelo pódio durante cada etapa. Fiquei feliz com o resultado de terceiro lugar, porque correr "atacando" no deserto é perigoso. Tive que administrar a falta de comida, condição extrema de calor, as horas corretas para acelerar e não passar dos meus limites", disse Fernanda.
"Corri de forma conservadora e inteligente para sobreviver até a linha de chegada ao meio do deserto. Tive muitos hematomas no corpo por conta do peso da mochila (8kg) e bolhas nos pés este ano, mas consegui superar a dor. Foi uma experiência maravilhosa como sempre correr por 7 dias, os 250km no Saara de forma autossuficiente, sem telefone, realmente conectada comigo mesma, foi mágico", completou a brasileira.