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Mo Farah desabafou sobre o decreto estabelecido pelo presidente norte-americano, que impede a entrada de pessoas de origem muçulmana

Mo Farah é quatro vezes campeão olímpico e detentor de dois recordes mundiais
Reprodução/ Facebook
Mo Farah é quatro vezes campeão olímpico e detentor de dois recordes mundiais

Neste domingo (29), o maratonista Mo Farah fez um desabafo em suas redes sociais. Dono de quatro ouros olímpicos e dois recordes mundiais, o atleta inglês nascido na Somália criticou as novas políticas adotadas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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Na sexta-feira (27), o presidente americano assinou o decreto "Proteger a Nação da entrada de terroristas estrangeiros nos Estados Unidos". No mandato, Trump restringe o ingresso de pessoas provenientes de sete países muçulmanos: Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. O atleta treina há seis anos nos Estados Unidos, mais especificamente na cidade de Portland, no estado de Oregon.

Filho de pai britânico e mãe somali, Mo Farah recebeu o título de Sir após a conquista de mais duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016, pelos 5 mil e 10 mil metros. O maior maratonista da história do esporte inglês já havia alcançado esse feito no evento em Londres 2012, pelas duas mesmas categorias. Cada uma das quatro medalhas de ouro recebidas em Jogos Olímpicos, foram dedicadas aos seus quatro filhos, Rhianna (11), Aisha (5), Amani (5) e Hussein (2).

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Mo Farah criticou as medidas tomadas pelo mais novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Reprodução/ Facebook
Mo Farah criticou as medidas tomadas pelo mais novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Leia o desabafo do campeão olímpico:

"No dia 1º de janeiro, Sua Majestade a Rainha me tornou um cavaleiro do Reino. No dia 27 de janeiro, o presidente Donald Trump me tornou um alien. 
Eu sou um cidadão britânico que viveu nos Estados Unidos pelos últimos seis anos, trabalhando duro, contribuindo para a sociedade, pagando meus impostos e criando meus quatro filhos num lugar que eles chamam de lar.
Agora eu e muitos outros como eu estamos sendo informados de que talvez não seremos bem-vindos. É profundamente problemático eu ter que contar aos meus filhos de que papai talvez não possa voltar para casa - explicar que o presidente introduziu uma política que vem de ignorância e preconceito. 
Eu fui bem recebido pela Inglaterra quando vim da Somália aos oito anos de idade e me deram a chance para o sucesso e realizar meus sonhos. Eu tenho orgulho de representar o meu país, ganhar medalhas pelo povo inglês e receber a maior honra de uma cavalaria. A minha história é um exemplo do que pode acontecer quando você segue políticas de compaixão e compreensão, não de ódio e isolamento."

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Nesta segunda-feira (30), o maior patrocinador de Mo Farah declarou o total apoio ao atleta. "Nós vamos fazer tudo ao nosso alcance para garantir a segurança de cada membro da nossa família: colegas, atletas e seus queridos", disse a declaração. A marca ainda enfatizou a providência de Trump como fanatista e discriminante. "No esporte, a justiça e respeito mútuo são regras, não exceção".

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