Vitaly Mutko, primeiro-ministro adjunto da Rússia, alega que a prática de sexo em até cinco dias antes do exame antidoping pode testar positivo
Ex-ministro dos Esportes e atual vice-primeiro-ministro da Rússia, Vitaly Mutko, se pronunciou sobre o escândalo do caso de doping com atletas do país. Segundo o governante, a polêmica pode se resumir a relações sexuais e a prática de sexo pode modificar o DNA da mulher.
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"Não sei se vocês sabem, mas se há uma relação sexual cinco dias antes de um controle de doping , ainda pode se encontrar DNA masculino", disse o vice-ministro ao jornal russo "Sport-Express" sobre o caso que tirou a equipe de atletismo da Rússia das Olimpíadas Rio 2016.
"Se uma atleta passa por um teste de drogas dentro de cinco dias após o ato, então o teste mostrará que ela tem hormônios masculinos. E assim, evocam suspeitas de que ela está usando drogas diferentes", continuou o russo.
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Para reforçar a defesa de sua tese, Vitaly Mutko relembrou o caso do tenista francês Richard Gasquet. Em 2009 o atleta foi punido por dois meses e meio após vestígios de cocaína serem encontrados em seu organismo. No entanto, Gasquet foi absolvido pelo tribunal da Federação Internacional de Tênis (ITF, em inglês) por ter consumido a droga "sem querer", alegando ter beijado uma mulher que ingeriu.
"Um homem pode beijar uma moça e ela ter usado drogas. Atletas de outros países são perdoados, mas os nossos não", disse Mutko, ironicamente. Para ele, os atletas russos estão sendo punidos de forma injusta.
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Relatório McLaren
A Rússia vem sendo investigada pela Agência Nacional Antidoping (Wada) e aparece no relatório McLaren, responsável pela investigação. O advogado canadense que dá nome à ata, Richard McLaren disse recentemente que "uma conspiração internacional foi implementada, com participação do Ministério dos Esportes e dos serviçoes, como a Agência Russa Antidoping (Rusada), o laboratório antidoping de Moscou e a agência secreta FSB para manipular as amostras".
Na época que o esquema de doping estourou, o governante russo ainda atuava como ministro dos Esportes e chegou a negar o escândalo, alegando que o relatório não havia sido confirmado. "É baseado na palavra de um homem, que de repente se tornou uma testemunha respeitável. De falto ela não é", disse.