A piloto Bia Figueiredo retornou às redes sociais oito meses após o seu marido, Fabio Figueiredo Andrade de Souza, e seu sogro, Juracy Batista de Souza Filho, serem presos na operação Apagão , desencadeada pelo Ministério Público do RJ, em junho de 2020.
A dupla fazia parte da organização social de saúde Instituto dos Lagos Rio e foram acusados de desviar mais de R$ 9,1 milhões dos cofres públicos estaduais. Desde a operação Apagão, Bia de manteve calada. Nesta quinta-feira, dia 4, a atleta brasileira afirmou que foi "injustiçada" durante o vídeo que publicou no Instagram.
Ela foi citada porque a festa do seu casamento com Fabio, realizada em 2016, teria sido bancada com o dinheiro oriundo das irregularidades, conforme apontou as investigações do MP-RJ.
“Estou aqui de volta depois de muito tempo. Queria começar agradecendo a todas as mensagens de carinho e apoio que eu recebi nesse período. Tive um problema pessoal grave, que se estendeu para a área profissional e fui injustiçada. Eu vi minha vida virada de ponta-cabeça de um dia para o outro. Minha carreira, patrocinadores, empresas gigantescas que me apoiavam há mais de década, foram expostos de maneira completamente injusta e criminosa, assim como minha festa de casamento, amigos e parentes, que também foram expostos de maneira irresponsável e criminosa”, se defendeu.
Bia Figueiredo, que está com 35 anos e sem contrato com nenhuma categoria, ainda afirmou que foi ameaçada de morte assim como seu bebê, que está atualmente com seis meses.
“Me vi sendo linchada, agredida de várias formas, comecei a receber ameaças de morte, para mim, minha família e até para o meu bebê, sendo que eu nem faço parte desse processo, nunca tive qualquer contato ou atuação na área da saúde. E isso tudo eu estava entrando no nono mês de gravidez. Eu fiz o que acho que qualquer mãe faria, que foi me fechar, me isolar, para proteger a saúde do meu bebê que estava prestes a nascer”, fala no vídeo com quase 4 minutos.
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A piloto não compete desde o início de 2020, quando ainda estava na Stock Car e se afastou porque engravidou. A atleta ficou conhecida por ser a única brasileira a pilotar um carro da Fórmula Indy, uma das maiores categorias do automobilismo.
Relembre a operação "Apagão"
O MPRJ deflagrou a Operação Apagão, no dia 25 de junho de 2020, contra do Instituto dos Lagos Rio, uma Organização Social (OS) que gere hospitais e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da rede estadual. A Justiça expediu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão para serem cumpridos. Doze pessoas foram denunciadas por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. A rede teria desviado mais de R$ 9.1 milhões dos cofres públicos estaduais. Enquanto isso, ao menos os três hospitais estaduais que tinham contrato vigente com a OS estavam com salário dos profissionais de saúde atrasados. Entre os alvos, estavam Juracy Batista de Souza Filho e seu filho, Fabio Figueiredo Andrade de Souza.
Juracy estava afastado do quadro social da OS desde 2012. No entanto, segundo as investigações do MPRJ, continuava atuando com influência no esquema de desvios. Segundo o órgão, R$ 9,1 milhões teriam sido desviados da Saúde do Rio em contratos com fornecedores. Entre 2012 e 2019, o Instituto dos Lagos Rio recebeu R$ 649 milhões do governo estadual.
Os desvios eram feitos por meio de pagamentos de valores superfaturados para sociedades empresarias, destinados à compra de produtos ou para serviços terceirizados necessários ao atendimento nas unidades onde a OS operou. A investigação também identificou que os contratos eram assinados com empresas pré-selecionadas. De acordo com a denúncia, a OS usaria atestados técnicos falsos para comprovar sua capacitação técnica.
O valor cobrado a mais, então, era repassado aos dirigentes da OS e para terceiros indicados. O Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), que participaram da operação, identificou que os repasses eram feito em dinheiro em espécie.