Pouco mais de uma semana após ter sido vítima de racismo, a atleta italiana Daisy Osakue , de 22 anos, classificou-se hoje (9) para a final do lançamento de disco no Campeonato Europeu de Atletismo , disputado em Berlim, na Alemanha.
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A jovem, que é filha de pais nigerianos, nasceu e passou a vida na Itália, local onde foi vítima de racismo . Defendendo o país, Osakue conseguiu lançar o disco a uma distância de 58,73 metros, marca que carimbou a sua vaga para a final da modalidade, neste próximo sábado (11).
"É a cereja no topo do bolo, tudo o que foi preciso para esquecer o que aconteceu, eu perdoo a todos. Para mim, a final é um sonho, este europeu já está começando a melhorar", disse Osakue em entrevista à emissora "Rai".
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O dia em que Daisy foi vítima de racismo
No dia 30 de julho, o caso da atleta chamou a atenção da Itália e foi noticiado em vários países. Enquanto voltava para casa, em Moncalieri, região metropolitana de Turim, Osakue foi atingida no olho por um ovo atirado de um carro em movimento e teve de ser levada a um hospital oftalmológico.
Por conta da lesão, quase a atleta precisou ficar de fora do Campeonato Europeu, mas a melhora do estado clínico de Osakue permitiu que os médicos liberassem a sua participação na competição internacional.
O Ministério Público de Turim, por sua vez, excluiu a hipótese de racismo no ataque, abrindo um inquérito apenas pelo crime de "lesão".
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Vítima de racismo nas ruas, Osakue é tida como uma das grandes promessas do atletismo italiano, tendo atualmente a quarta melhor marca do país no lançamento de disco, com 59,72 metros. A jovem treina nos Estados Unidos, após ter sido convidada por uma universidade do Texas.