Os representantes executivos do COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciaram nesta sexta-feira que o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman , preso na última quinta-feira, foi afastado de suas atividades na entidade.

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Além disso, o COI  também suspendeu o Comitê Olímpico Brasileiro após a suspeita de compra de votos na eleição que escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

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Carlos Arthur Nuzman é acusado de comprar votos para o Rio 2016

De acordo com a entidade, os pagamentos feitos ao COB serão congelados, mas não afetarão os atletas brasileiros. Nuzman era membro honorario do COI e integrava a comissão de coordenação para os Jogoso Olímpicos de Tóquio em 2020. Ele foi o único presidente do comitê organizador a acumular o cargo de mandatário do comitê olímpico do país-sede.

Na última quinta-feira, A Polícia Federal prendeu Nuzman no desdobramento da operação batizada "Unfair Play", uma menção a "jogo sujo". Além dele, agentes da PF também prenderam o ex-diretor de operações do comitê Rio 2016 e braço-direito de Nuzman, Leonardo Gryner.

O pedido de prisão foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Nuzman é suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpico Internacional para a eleição do Rio como sede da Olimpíada de 2016. A decisão foi tomada porque houve uma tentativa de ocultação de bens no último mês, depois que a polícia cumpriu um mandado de busca na casa do presidente do COB . Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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Em março, uma reportagem do jornal francês "Le Monde" denunciou que, três dias antes da escolha da cidade sede para as Olimpíadas de 2016, houve o pagamento de propina a dirigentes do Comitê Olímpico Internacional.

Esquema de corrupção

O Ministério Público Federal aponta "fortes indícios" de que Nuzman e Gryner "interligaram corruptos e corruptores" na compra de votos . O esquema de corrupção, segundo os investigadores, tem a participação do ex-governador Sérgio Cabral. O dinheiro teria vindo do empresário Arthur Cesar Soares de Menezes Filho, conhecido como Rei Arthur, que também teve mandado de prisão decretado, mas está foragido da justiça.

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Carlos Nuzman e Leonardo Gryner, diretor-geral do Rio 2016

Gryner também foi preso em sua casa, em um apartamento de luxo em Laranjeiras, na zona sul do Rio. Ex-diretor do COB, ele também foi diretor de Comunicação e Marketing da candidatura do Rio à sede olímpica, e teve encontros com o filho do presidente da Federação Internacional de Atletismo, suspeito de ter recebido propina para votar no Rio de Janeiro como sede dos jogos.

A família do senegalês Lamine Diack, que na época era presidente da Federação Internacional de Atletismo e membro do COI, teria recebido US$ 1,5 milhão do "rei Arthur", que é um empresário muito próximo ao ex-governador Sergio Cabral, já preso pela Lava Jato.

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