A seleção brasileira descobriu, nesta sexta-feira (5), contra quem dará o primeiro passo na Copa do Mundo de 2026. A equipe comandada por Carlo Ancelotti vai enfrentar Marrocos, no dia 13 de julho, ainda sem data e local definidos, pelo Grupo C. Apesar da pouca tradição no torneio, o país se consolidou nos últimos anos como uma verdadeira potência africana e promete gerar bastante dificuldade na estreia dos pentacampeões.
O recado de força já foi dado na última edição do Mundial, de 2022. A equipe comandada por Walid Regragui foi a grande sensação da competição. Conseguiu feito inédito, ao se tornar o primeiro do continente a chegar na semifinal, perdida para França. É díficil imaginar o mesmo sucesso na que vem por aí, mas o nível apresentado neste ciclo exige um olhar diferente sobre ela.
"É uma honra jogar contra o Brasil. Para nós é o país futebol, sendo um exemplo para os marroquinos. O jogo brasileiro nos faz sonhar sempre. Poder jogar contra é uma honra e nós respeitamos demais a seleção. Agora, vamos dar uma olhada. Sabemos que vai ser uma partida difícil. Eles têm um grande técnico e grandes jogadores, como sempre. Vai ser um desafio, um dos grandes jogos do mundial. E que vencá o melhor", disse Regragui.
Ciclo com título
Após a participação de sucesso na Copa do Catar, as expectativas em cima da seleção marroquina cresceram. A pressão por seguir apresentado um bom desempenho, entretanto, parece não ter entrado para dentro do vestiário. Já no primeiro duelo pós torneio, superou justamente a Amarelinha por 2 a 1, em amistoso — foi sua primeira vitória na história do confronto.
Com um aproveitamento de 76% nas 80 partidas que disputou (24V - 8E - 3D), Marrocos teve três anos de muitos mais altos que baixos. Apesar da eliminação frustante na Copa Africana das Nações, nas oitavas de final para África do Sul, foi líder isolado do seu grupo das Eliminatórias para Copa e conquistou o título do Campeonato das Nações Africanas — neste ano.
Grandes jogadores
Apesar do grande trabalho do treinador, é inegável que ele tem um material humano interessante à disposição. A seleção marroquina conta com diversos jogadores de destaque no futebol mundial: o lateral-direito Hakimi (PSG), que foi o 5º melhor jogador na Bola de Ouro, o goleiro Bono (Al-Hilal) que foi o 6º no Prêmio Yashine, e o meia Brahim Díaz (Real Madrid) são as principais peças do time.
Inclusive, o último desses é um reforço recente. O camisa 21 dos merengues tem dupla nacionalidade, por ter pai marroquino. Inicialmente, escolheu defender a Espanha. Mas diante da insistência dos africanos e da grande inconstância nas convocações na "La Roja", decidiu trocar de camisa em março de 2024.
Formação de jogadores forte
A franca evolução recente de Marrocos no futebol não é por acaso. O país investe cada vez mais na formação de jogadores e conseguiu colher o fruto dessa estratégia. E a expecativa é que siga melhorando neste quesito. Afinal, os resultados não mentem.
O país obteve dois grandes resultados nos dois Mundiais de base que aconteceram, ambos neste ano. No sub-17, último a ser disputado, caiu para o Brasil nas quartas de final, após derrota de 2 a 1 — sofreu gol no último lance da partida. Já no sub-20, foi o grande campeão.