Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, testemunhou nesta terça-feira (18) no julgamento de Neymar em Barcelona, que analisa um suposto esquema de fraude e corrupção na transferência do brasileiro do Santos para o clube catalão em 2013.
O mandatário do clube merengue, que na noite passada esteve em Paris na cerimônia do prêmio Bola de Ouro, admitiu que o clube esteve interessado em Neymar em 2011 e até fez uma oferta, mas que não participou pessoalmente em qualquer negociação.
"Estivemos interessados, creio que há 10 anos, foi o que a direção esportiva do Real Madrid me disse, que é quem trata das contratações. Não sei qual era a cláusula, mas em 2011 fizemos uma oferta ao Santos, acho que foram 45 milhões (euros). É a única oferta que conheço nos livros do Real Madrid. Não conheço o Neymar, nunca falei com ele a nível pessoal", detalhou Florentino Pérez, afirmando que pesou a vontade do jogador:
"Os jogadores vão para onde querem ir, e parece que ele queria ir para o Barcelona, e por isso foi. A nossa oferta foi de 45 milhões, não 60”, disse ainda, afirmando desconhecer se havia uma multa de 40 milhões a ser paga ao Barcelona no caso de interferir num alegado acordo do clube com o atleta.
ENTENDA O CASO
O julgamento é baseado na denúncia apresentada há sete anos pela empresa brasileira que pertence ao grupo Sonda. A DIS alega que adquiriram 40% dos direitos do jogador (quando ele jogou pelo Santos aos 17 anos) por dois milhões de euros. Porém, aponta que foi vítima de uma fraude arquitetada pelo jogador, seus parentes e o Barça em 2013, quando assinaram dois contratos simulados sem levar em conta que os direitos do craque pertenciam ao Peixe e a empresa.
Liderada por Delcir Sonda, a DIS aponta que os envolvidos fizeram um manobra para não pagar o que lhe é de direito, culminando com delitos de corrupção entre particulares e fraude por contrato simulado.
Neymar e os envolvidos negaram ter cometido um delito, mas em 2017, o Tribunal Superior da Espanha rejeitou recursos do jogador, de seus pais, da N&N e dos dois clubes, abrindo caminho para que o caso fosse julgado.
“Não sei nem se me lembro se o grupo DIS tinha direitos sobre o Neymar. Do que me lembro sei que recebemos uma carta, mas se calhar não respondemos porque não tínhamos nada a dizer… Estou no Real Madrid há 18 anos e todas as ofertas que fizemos a jogadores foram transparentes”, disse ainda o presidente do time espanhol.