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O atacante Neymar compareceu ao tribunal para o julgamento de uma suposta corrupção entre particulares e fraude nos contratos, referentes a sua contratação pelo Barcelona, ainda em 2013.

A promotoria pede para o craque e seu pai dois anos de prisão - e mais um para sua mãe -, por terem supostamente ocultado, juntamente com os dirigentes do Barça e do Santos, o número real da transferência e prejudicado financeiramente o grupo DIS.

No entanto, como Neymar não iria prestar suas declarações nesta segunda-feira, foi permitida a sua dispensa do tribunal . O que chamou a atenção, porém, foi a sinceridade do juiz do caso.

Fugindo da linguagem técnica, o comandante do julgamento revelou ser fã de futebol e confessou estar quase dormindo, quando ouviu pelo rádio o jogador marcar o gol que deu a vitória ao PSG contra o rival Olympique de Marselha, no domingo, pelo Campeonato francês.

“Sou fã de futebol, sem que isso signifique algo. Eu estava na cama ouvindo rádio e ele, o Sr. Neymar, marcando um gol. Quer dizer, eu sei que ele estava no trabalho de sua profissão. Portanto, está dispensado. Seus advogados saberão quando ele voltará”, afirmou.

O jogador não segurou a risada após a confissão, baixou a cabeça e deu risada ao lado do pai.

Com esse argumento, o juiz permitiu que o jogador e sua mãe saíssem da sala. A licença também foi estendida ao pai do craque, embora ele tenha preferido não deixar o local. “Como quiser, mas aqui não sujeitamos as pessoas, exceto quando é necessário ou decretamos prisão", apontou. 

Neymar e a mãe, então, deixaram o local e o julgamento prosseguiu.

ENTENDA O CASO

O julgamento é baseado na denúncia apresentada há sete anos pela empresa brasileira que pertence ao grupo Sonda. A DIS alega que adquiriram 40% dos direitos do jogador (quando ele jogou pelo Santos aos 17 anos) por dois milhões de euros.

Porém, aponta que foi vítima de uma fraude arquitetada pelo jogador, seus parentes e o Barça em 2013, quando assinaram dois contratos simulados sem levar em conta que os direitos do craque pertenciam ao Peixe e a empresa.

Liderada por Delcir Sonda, a DIS aponta que os envolvidos fizeram um manobra para não pagar o que lhe é de direito, culminando com delitos de corrupção entre particulares e fraude por contrato simulado.

Neymar e os envolvidos negaram ter cometido um delito, mas em 2017, o Tribunal Superior da Espanha rejeitou recursos do jogador, de seus pais, da N&N e dos dois clubes, abrindo caminho para que o caso fosse julgado.

O julgamento terá duração de um mês e a sentença deve ser conhecida antes do início da Copa do Mundo no Catar.

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