Byron Castillo está no centro de um processo que pode mudar uma das seleções participantes da Copa do Mundo do Catar. Mais precisamente, a cidade onde o lateral-direito nasceu. A Federação de Futebol do Chile afirma que ele é de Tumaco, na Colômbia. A do Equador, que ele é natural de General Villamil, do lado equatoriano da fronteira. As cidades estão separadas por 750km, aproximadamente.
Veja abaixo galeria de fotos de Byron Castillo:
A FIFA deve dar um parecer nesta sexta-feira sobre a reclamação dos chilenos, cujo advogado é o brasileiro Eduardo Carlezzo. Ele está otimista de que o parecer será a favor de seu cliente.
Carlezzo se baseia no envio à FIFA de documentos que comprovariam que Castillo é colombiano e, dessa forma, foi escalado irregularmente nas Eliminatórias pelo Equador. Os chilenos pedem os seis pontos disputados contra os equatorianos - ganharam um com o empate em 0 a 0 na partida do turno. No returno, o Equador venceu. Com isso, o Chile subiria para a quarta colocação das Eliminatórias, com uma vaga direta no Mundial. Os equatorianos cairiam para sétimo. O Peru seguiria em quinto, na disputa da repescagem contra a Austrália.
Pelas Eliminatórias, Castillo também atuou nas duas partidas contra o Paraguai e em uma contra Venezuela, Uruguai, Argentina e Bolívia. Nestes casos, porém, não há alteração na tabela que interfira nos classificados para o Catar. O Equador está no Grupo A da Copa do Catar, com o país-sede, Senegal e Holanda.
- Estou convicto que o jogador é colombiano. Do lado do Equador, foi possível ver claramente como se deu a falsificação. E na Colômbia, conseguimos documentos importantes que comprovam que ele é de lá. É realmente surpreendente que ele ainda esteja atuando pela seleção do Equador - afirmou Carlezzo, celebridade no Chile nas últimas semanas, devido à esperança dos torcedores de ver a seleção classificada para o Mundial.
O trunfo dos chilenos se baseia em uma investigação feita pelo governo equatoriano, em parceria com a federação local, afirmando ser impossível precisar onde o jogador nasceu, com a ata de registro de nascimento adulterada. Além disso, conseguiram registro de nascimento e certidão de batismo do jogador no lado colombiano da fronteira.
Em 2018, o Norte América, de Guaiaquil, foi suspenso pela Federação Equatoriana de Futebol (FEF), acusado de ter falsificado a identidade de jogadores. Cerca de 6 mil atletas, a partir de 2011. Byron Castillo seria um deles. Ele começou nas categorias de base do clube, em 2014. As falsificações aconteceriam para o Norte América conseguir contratar jogadores de outros países menores de idade.
As desconfianças sobre a identidade de Castillo são antigas, com o jogador sem poder atuar pelo Equador nas categorias de base e também no time principal. Em 2021, a Justiça do país deu decisão favorável ao lateral, negando recurso do Registro Civil do Equador, o mesmo que investigou a origem do atleta em parceria com a federação equatoriana.
De acordo com a imprensa equatoriana, na decisão, ficou determinado que "até que se tenha certeza sobre a veracidade da documentação, deverá ser mantida como válida as informações atuais". A federação equatoriana se apoiou nessa decisão para convocar o jogador.
Procurada, a Federação Equatoriana de Futebol afirmou que só vai se manifestar oficialmente. A tendência é que a questão de prolongue, independentemente da decisão da Fifa. Ainda há duas instâncias a serem acionadas, uma dentro da própria entidade, a outra na Corte Arbitral do Esporte. Eduardo Carlezzo prevê que a questão só tenha uma definição em setembro, a dois meses do começo da competição.