Quando, em setembro de 1992, Diego Armando Maradona chegou ao Sevilla , o astro argentino já tinha a reputação de ter uma vida não condizente com a de um atleta. Por isso, o clube contratou um detetive particular, que acabou por ser uma sombra do "El Pibe", morto no último mês de novembro.
Charlie (nome fictício) contou agora à imprensa espanhola como era a vida de Maradona na Andaluzia. "A porta do centro de treinos abria e ele saia voando a 190 km/h", contou ele, assegurando que Maradona "não tinha a típica vida de um atleta".
Um dos pontos fixos de parada do detetive era naturalmente a casa do jogador. "O local só tinha uma entrada, era um chalé, o que era bom para nós. Estacionávamos um carro e fazíamos turnos. Mas, a casa parecia a corte inglesas. Havia sempre a presença de italianos e muitos argentinos, entrando e saindo a todo tempo", revela.
Sobre esses "amigos", o detetive deu sua opinião. "Eu ando nas ruas há uns 30 anos e sei que tipo de gente era aquela. Era um desastre. Era era muito amigo de um argentino que tinha uma churrasqueira. Havia ainda uns 15 italianos, o empresário e uns 10 ou 12 idiotas por trás dele. O Maradona era burro porque era boa pessoa, tinha muita gente se aproveitando dele", comenta.
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O fim de Maradona no Sevilla começou após ele voltar a ser convocado pela Argentina para uma série de amistosos, que foram recusados pelo time espanhol. Ofendido com a reação do clube, Maradona passou a aparecer cada vez menos nos treinos.
A partir daí, o clube passou a planejar sua saída sem custos, com um dossiê preparado pelo detetive. Graças a atuação do profisisonal, Sevilla economizou milhões de pasetas (moeda espanhola que circulou de 1869 e 2002). “Quando Maradona saiu da maneira difícil, eles falaram para ele: 'Olha, nós temos isso, isso e isso. Você não foi treinar para isso, para isso e para isso'. Economizaram 150 milhões de pesetas”, concluiu Charlie.
Vale lembrar que Maradona ainda tentou conseguir o dinheiro na Justiça, porém, não obteve êxito.