Uma semana após o falecimento de Diego Armando Maradona , várias dúvidas sobre as circunstâncias da morte cercam o caso. Desde que a notícia chocou a Argentina e o mundo, um grupo de investigadores trabalha para entender o que houve com "El Pibe" nas suas últimas horas de vida e quais decisões foram tomadas pelos profissionais encarregados de cuidar da saúde da lenda do futebol.
As buscas na casa e no consultorio do neurocirurgião Lepoldo Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov, no último domingo, confirmaram que a linha da investigação segue pela possibilidade de homicídio culposo. Luque era o médico pessoal de Maradona, que o acompanhou de perto desde a cirurgia para retirada do hematoma subdural, e estaria responsável por manter os cuidados enquanto o ex-jogador se recuperava em sua casa.
O histórico médico, a documentação e os telefones celulares de Maradona foram confiscados, e a Justiça já autorizou a análise dos materiais. Esse seria um dos principais caminhos para saber quais ligações ou mensagens os profissionais trocaram em relação à saúde do argentino.
— Não há elementos no caso que levem a suspeitar de uma prisão. O médico está certo desde o primeiro dia. O procurador ordenou a busca, com a qual mudou seu status no caso, agora ele é uma pessoa que está sendo investigada — afirmou o advogado do psiquiatra, Vadim Mischanchuk.
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O local onde Maradona passou seus últimos dias de vida também está na mira da Justiça. O quarto improvisado localizado no térreo foi "adaptado" para internação domiciliar porque o craque estaria fraco demais para subir as escadas. A investigação suspeita que aquele era o local certo para a recuperação do ex-jogador operado recentemente, com problemas cardíacos e em tratamento de alcoolismo.
Outras informações também serão extraídas das amostras colhidas durante a autópsia do corpo. Os estudos laboratoriais começaram na última quarta-feira, e os resultados dos testes toxicológicos, que vão dizer quais substâncias estavam no sangue e na urina de Maradona no momento de sua morte, serão conhecidos em cerca de 10 dias.
Os pesquisadores também farão estudos histopatológicos, analisando microscopicamente os órgãos e tecidos para detectar se houve doença ou lesão. O coração de Maradona foi totalmente extraído e será observado em detalhes. Durante a primeira autópsia, os resultados mostraram o órgão pesava duas vezes mais que um normal.
— Acreditamos que Diego não morreu de um problema clínico, e sim de morte natural devido ao abandono de uma pessoa, pelo menos — disse o advogado Mario Baudry, que representa Dieguito Fernando Maradona, um dos filhos do ídolo argentino.