A Fifa tomou uma decisão que vai mexer com o mercado da bola: a partir do segundo semestre deste ano de 2019, os jogadores de futebol poderão ter um percentual dos seus direitos econômicos em transferências futuras.
Leia também: Legalização de apostas esportivas deve movimentar quase R$ 6 bilhões no Brasil
Cabe ressaltar que a própria Fifa , em 2015, procurou inibir que fundos de investimentos, agentes e investidores de futebol detivessem percentuais dos atletas, evitando, assim, que tivessem maiores poderes e ganhos que os próprios clubes durante as negociações e transferências.
Portanto, a partir de 2015, somente os clubes passaram a ter percentuais dos direitos econômicos dos atletas, excluindo-se terceiros de qualquer participação. Logo, coube aos clubes o percentual de 100% das transferências realizadas a partir desta data.
Leia também: "Vou começar a dizer as coisas que sei sobre a nova Fifa", afirma Maradona
No ano passado, o Comitê Disciplinar da Fifa decidiu que os jogadores não seriam considerados terceiros. Desta forma, o próprio atleta poderá ter percentual do seu próprio direito econômico.
Assim, se o atleta que for transferido ou renovar um contrato acertando na negociação que será detentor de um percentual, por exemplo, de 20% dos seus direitos econômicos , o clube somente deterá os outros 80%.
O que não se sabe ainda é se haverá uma limitação pela Fifa quanto ao percentual que os atletas teriam destes direitos.
O advogado Eric Sdroiewski, sócio da Welt Sports, especialistas em gestão de carreira de jogadores e negociações de atletas, explicou o impacto que isso pode e deve gerar dentro do futebol mundial.
"Fica como questionamento de que forma a Fifa irá fazer para fiscalizar e impedir que os atletas cedam tais direitos por meio contratos de cessão ou outras espécies de contratos civis para terceiros, sejam eles agentes, familiares, empresas investidoras ou até mesmo os fundos de investimento, por exemplo", disse.
Leia também: Nantes entra com recurso na Fifa para cobrar dinheiro de transferência de Sala
Para Eric, isso nos trará a um novo paradigma nas questões que envolvem os direitos econômicos dos atletas. "Provavelmente mais um ponto a ser debatido no mundo esportivo e até mesmo no judiciário. A alteração será feita no Regulamento de Transferências da Fifa ", finalizou o advogado.