O presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, admitiu nesta quinta-feira, em entrevista ao canal SporTV, que aconteceram muitos erros na última edição da Copa Libertadores, que ficou marcada por reclamações, principalmente de clubes brasileiros.
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"Entendo que houve erros de organização, mas também dos clubes que jogaram. Tem prazos que estão estabelecidos em regulamento, então é uma obrigação de todos os clubes. O que aconteceu no ano passado, tirando a autocrítica, é uma história muito longa", disse o mandatário sobre a Libertadores 2018.
Dominguez, no entanto, transferiu a culpa da atual gestão para a antiga, justificando que faltava transparência e que os atuais dirigentes não tinham acesso aos registros anteriores a 2016. Por este motivo, ficou difícil saber quais jogadores estavam irregulares.
"Eu entendo o incômodo dos clubes, mas isso tem a ver com transparência. A Conmebol assumiu mostrar informações aos clube. A Conmebol mandou gente à Espanha para trazer toda a documentação jurídica e passamos a passar toda as informações", acrescentou o dirigente paraguaio.
Vale ressaltar que os finalistas da última edição, River Plate, que acabou campeão, e Boca Juniors jogaram com atletas irregulares durante a competição e não sofreram punições. Os Millonarios foram absolvidos pelo uso indevido de Bruno Zuculini e o clube de La Bombonera atuou com Ramon Ábila de forma irregular e também não foi punido.
O único clube que sofreu sanções da Conmebol foi o Santos , que entrou em campo no empate em 0 a 0 com o Independiente na primeira partida das oitavas de final da competição com Carlos Sánchez , que deveria cumprir suspensão. Por conta disso, o placar passou a ser de 3 a 0 para os argentinos e na volta, em um empate sem gols, o clube paulista acabou eliminado.
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Dominguez também assumiu que não considera a entidade máxima do futebol sul-americano uma "organização profissional". Não vou dizer que a Conmebol é hoje uma organização profissional, mas eu assumi uma entidade que dirigia como se fosse um negócio pessoal, de duas ou três pessoas", ponderou.
"Eu estou tentando proteger a organização e as pessoas da organização. É preciso que haja uma mudança interna para que isso gere mais qualidade de trabalho", completou.
Por fim, Alejandro Dominguez mostrou-se contrário à disputa de um Mundial de Clubes a cada quatro anos, proposta debatida pela Fifa.
"Primeiro esse Mundial de Clubes não teve êxito. A antiga Copa Intercontinental, essa sim teve muito sucesso. A Conmebol fez proposta para que campeão e vice da Libertadores possam representar o continente, assim como o campeão e vice da Sul-Americana. Para que a Europa também tenha seus quatro melhores, assim como a América do Sul", opinou.
"Tentou-se (um Mundial maior e a cada quatro anos) para aquele período em que se fazia a Copa das Confederações. Mas uma equipe que ganha Libertadores ou Sul-Americana tem que esperar quatro anos para jogar um Mundial, quando provavelmente não terá mesmo técnico, jogadores e dirigentes. A gente vê que times que ganharam a Libertadores num ano e que podem cair no ano seguinte. Temos ofertas distintas do que a Fifa propõe e do que nós e a Uefa propomos", finalizou.
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A edição 2019 da Copa Libertadores começou nesta semana, com as fases preliminares. A final, que será em jogo único, está prevista para acontecer no dia 23 de novembro, um sábado.